Neste domingo, 12 de janeiro, a Caixa completa 159 anos. É uma das estatais mais antigas do país e conhecida como “banco do povo” por ser o principal instrumento de políticas sociais do Estado.
Todos os brasileiros, de uma forma ou de outra, já se beneficiaram dos serviços e produtos oferecidos pela empresa, desde os escravos que buscavam sua caderneta de poupança para futuramente comprar suas cartas de alforria aos milhões que hoje recebem o Bolsa Família, o seguro desemprego e outros benefícios sociais.
Presente em todos os municípios brasileiros, a Caixa sempre exerceu um papel fundamental na história do desenvolvimento econômico e social do país. Para se ter uma ideia, cerca de 25% das moradias existentes no Brasil foram financiadas pela Caixa, mais de 17 milhões de unidades desde 1964. Todos os governos, seja federal, estadual e municipal puderam contar com a Caixa em investimentos em infraestrutura e saneamento ou nos repasses da União para os entes federados. Em 1991, a Caixa centralizou ainda as contas do FGTS, patrimônio do povo brasileiro gerido com competência e transparência desde então.
Sua forte inserção comercial – sempre entre os cinco maiores bancos em número de ativos – permite que o banco coordene a atuação rentável com política econômica e de investimento. Foi o caso de 2008, quando a crise mundial foi minimizada pela ação da Caixa e do Banco do Brasil e a Caixa na oferta de crédito ao setor produtivo. A história mostra que, além de cumprir com excelência sua função social, a Caixa dá lucro, e muito lucro.
No momento atual, no entanto, a Caixa sofre as ameaças de privatização que enfrentou nos anos 90. A equipe econômica e a direção do banco iniciaram em 2019 um processo de desinvestimento, que já tirou cerca de R$ 15 bilhões de ativos do banco. Para o ano de 2020 a expectativa também não é positiva. A década começou com o anúncio da contratação de um banco americano (o Morgan Stanley) para coordenar o processo de venda da Caixa Seguridade.
Só a união entre empregados e população em uma forte mobilização pode tirar a Caixa deste caminho. É importante mostrar o que realmente está ocorrendo, o que está por trás dos planos do governo e as consequências que isso trará. A conscientização é a principal ferramenta para a mobilização contra o desmonte da Caixa.