Da Contraf-CUT

A greve nacional dos bancários cresceu em todo o País nesta quinta-feira, dia 30, segundo dia da paralisação por tempo indeterminado decretada pela categoria para pressionar os bancos a apresentarem uma proposta que contemple suas reivindicações: 11% de reajuste, valorização dos pisos salariais, PLR maior, medidas de proteção da saúde que inclua o combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades para todos e mais segurança.
Levantamentos enviados pelos sindicatos à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Finaneiro (Contraf-CUT) até as 18h indicam que pelo menos 4.895 agências foram fechadas em todos os 26 Estados e no Distrito Federal nesta quinta. Isso significa que mais 1.031 agências não abriram em relação ao primeira dia (crescimento de 26%), quando os bancários paralisaram 3.864 locais de atendimento, além de inúmeros centros administrativos de todos os bancos nas capitais.
"A indignação dos bancários com a intransigência dos bancos fez a greve aumentar no segundo dia e a tendência é crescer ainda mais à medida que o tempo vai passando e os bancos não apresentam proposta com avanços econômicos e sociais", avaliou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Comunicado dos bancários à sociedade brasileira

A Contraf-CUT também divulgou nesta quinta um "comunicado dos bancários à sociedade brasileira" (leia abaixo), mostrando como os bancos, ao rejeitarem uma a uma todas as reivindicações dos trabalhadores em cinco rodadas de negociação, empurraram os trabalhadores para a greve. "Essa intransigência é incompatível com a situação privilegiada dos bancos", afirma a nota da entidade, concluindo: "Os bancários continuam abertos à negociação e aguardam uma proposta dos bancos".

"A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informa que a greve da categoria por tempo indeterminado cresce em todo o País nesta quinta-feira, dia 30, segundo dia da paralisação. E reafirma que os bancários sempre apostaram na negociação coletiva como forma de solucionar conflitos, mas foram impelidos à greve pela intransigência dos bancos. Veja por que:

1. A pauta de reivindicações foi entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 11 de agosto. Mas em cinco rodadas de negociações (entre 24 de agosto e 22 de setembro), os bancos rejeitaram uma a uma todas as reivindicações da categoria sobre remuneração, emprego, saúde, condições de trabalho e segurança.

2. Na penúltima rodada, dia 14, os bancos assumiram o compromisso de apresentar uma "proposta global" na reunião seguinte, dia 22. Mas não cumpriram. Mesmo depois que outras categorias com a mesma data-base dos bancários (1º de setembro) já estavam fazendo acordos com aumentos reais de salário, no dia 22 os bancos apresentaram a proposta de 4,29% de reajuste (inflação do período) e zero de aumento real.

3. Dessa forma, os bancos desconsideraram nossa reivindicação de 11% de reajuste e rejeitaram as demandas por melhoria na Participação dos Lucros e Resultados (PLR), valorização dos pisos salariais, adoção de medidas de proteção da saúde focadas no combate ao assédio moral e às metas abusivas, mais segurança para trabalhadores e clientes nas agências, garantia de emprego, mais contratações e igualdade de oportunidades para acabar com as discriminações contra mulheres, negros e pessoas com deficiência.

4. Mesmo com a recusa, no dia 23 o Comando Nacional enviou carta à Fenaban solicitando que os bancos apresentassem até o dia 27 nova proposta que contemplasse as expectativas dos bancários, para que pudesse ser apreciada nas assembleias do dia seguinte. Mas a Fenaban sequer respondeu a carta.

5. Essa intransigência é incompatível com a situação privilegiada dos bancos. O lucro líquido apenas dos cinco maiores (BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) somou R$ 21,3 bilhões no primeiro semestre. É um crescimento do lucro líquido de 32% na média em relação ao mesmo período do ano anterior.

6. Os bancários continuam abertos à negociação e aguardam uma proposta dos bancos.

Carlos Cordeiro
Presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários

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