No dia em que terminou a greve dos bancários, a direção da Caixa divulgou uma circular informando a todos os empregados que as agências deverão permanecer abertas 1 hora a mais, a fim de garantir a qualidade do atendimento. Solicitou, ainda, aos gestores, que promovam ações para gestão do fluxo de clientes, “evitando a formação de longas filas e o aumento excessivo do tempo de espera para atendimento”.
Chega a soar cômica a afirmação da direção da Caixa de que “há longas filas e tempo excessivo de espera para atendimento nas agências do banco”. Isso é corriqueiro e pouco está relacionado com o movimento paredista. Faltam empregados para atender os clientes! E isso foi reconhecido pela Caixa quando acatou, durante a negociação, a reivindicação de ampliar o quadro de funcionários para 92 mil.
E, ainda, há um agravante: os bancários entraram em greve porque os banqueiros não apresentaram uma proposta decente. Os patrões ficaram 17 dias mudos, sem marcar uma nova rodada de negociação, fechados a qualquer diálogo, esperando que os trabalhadores fossem vencidos pelo cansaço.
Agora, querem punir seus trabalhadores, anunciando que as agências devem ser abertas mais cedo para dar conta do público represado. Se não há quantidade suficiente de empregados na agência, se os sistemas são lentos e os processos burocráticos, não é essa medida temporária que irá solucionar o problema!
Será que a direção da Caixa não consegue manter um período de harmonia na relação com seus empregados? Tem sempre de soltar medidas de retaliação, de punição, que só trazem mais dificuldades para quem já tem uma rotina estressante?
Há anos denunciamos a falta de empregados e as péssimas condições de trabalho nas agências da Caixa. Parece que, de tempos em tempos, o direção do banco decide “perceber” que isso é verdadeiro, mas pouco faz para resolver.
Não será a decisão de deixar a agência aberta por mais 1 hora – até 28 de outubro, na divulgação que a Caixa fez à imprensa; até 4 de novembro, na circular divulgada aos seus empregados – que irá diminuir as filas e o tempo de espera nas unidades. Isso só demonstra a “falta de tato” dessa diretoria em lidar com os seus empregados.
O que precisa, isso sim, é que se contrate mais empregados – com urgência -, que se melhore as condições de trabalho, que os sistemas sejam mais eficientes e que se valorize seus funcionários, pois são eles que sustentam o banco.
Só assim, as filas e o tempo de espera poderão ser menores. E para sempre. Não só até 4 de novembro.
Diretoria Executiva da APCEF/SP
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