Um documento revelado na quarta-feira (14) pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) mostra que o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, pretendia privatizar os principais bancos públicos brasileiros.

Se hoje o Brasil é credor do Fundo Monetário Internacional (FMI), naquela época a instituição financeira definia, ao lado do Banco Mundial, as políticas econômicas brasileiras, como confirmado pelo ofício de 8 de março de 1999 do Ministério da Fazenda.

O memorando de política externa do governo tucano lembra as privatizações de Meridional e Banespa, outrora estatais. “Com determinação o governo dará continuidade à sua política de modernização do papel dos bancos públicos na economia”, assinala o texto, que na sequência aponta que será entregue, ainda naquele ano, um estudo mostrando qual deve ser o papel de Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.

O governo do PSDB, que teve José Serra como ministro do Planejamento e da Saúde, teria dado sequência à venda não apenas dos bancos, mas da Petrobras, na avaliação de Samuel Pinheiro Guimarães, demitido à época do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais do Itamaraty por ter criticado a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). “A adoção de um acordo como a Alca – com tarifas a zero, impossibilidade de controle de fluxo de capitais, total abertura – teria levado, por exemplo, à privatização de todo sistema financeiro. Privatizariam o BNDES, Banco do Brasil, Petrobrás; instrumentos que foram de grande importância na crise financeira", pontuou recentemente o hoje ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Na gestão do PSDB em São Paulo, de quase duas décadas, além da passagem do Banespa à esfera federal e à posterior privatização, Serra, na qualidade de governador, vendeu a Nossa Caixa. A instituição acabou comprada pelo Banco do Brasil.

Fonte: Redação da Rede Brasil Atual

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