A diretoria da Apcef/SP manifesta seu apoio à moção de repúdio à perseguição e prática anti sindical contra um trabalhador PCD da CPTM que participou da paralisação do dia 3 de outubro.

Confira a moção na íntegra:

O trabalhador Laércio Noguerol Saes, do setor de manutenção da CPTM na Lapa, aderiu ao movimento paredista do dia 3 de outubro, deflagrado pelas entidades sindicais dos trabalhadores ferroviários, metroviários e da Sabesp, contra a privatização das empresas públicas. Laércio teve como único emprego a CPTM, na qual ingressou ainda como estagiário. 

Laercio possui deficiência auditiva severa bilateral, o que não o impediu de exercer com eficiência e qualidade suas funções por 25 anos e 2 meses de serviços prestados à CPTM,  6 anos dos quais exerceu o cargo de supervisor. Sempre assíduo, suas avaliações de desempenho comprovam essa afirmação, inclusive tendo recebido notas ascendentes no último período. No entanto, décadas de serviços prestados de nada adiantaram diante da irresponsabilidade da mais recente ação da gestão da CPTM. No último dia 23 de outubro, Laércio foi convocado para reunião com seus superiores, na qual foi informado que seria transferido para um posto de trabalho no Brás e que perderia sua função de supervisor. Tal medida teria como justificativa uma suposta “reestruturação” da empresa. Mas sabemos a real motivação da punição a Laércio, uma retaliação por sua participação na paralisação da categoria.

O impacto é ainda maior para Laercio devido a sua deficiência, que faz com que a transição para outro local de trabalho seja custosa do ponto vista pessoal. A redução salarial expressiva causada pela remoção com retirada do cargo acarretará em prejuízos incalculáveis não só econômicos mas também psicológicos para o trabalhador. Laercio é pai de 4 filhos e é de sua renda que vem o sustento de sua família. 

A mudança de local e retirada do cargo não foram justificadas por nenhum motivo concreto para o trabalhador. Inexistindo inclusive justificativa do ponto de vista da necessidade do serviço para essa transferência. 

Diante desse quadro, manifestamos nosso repúdio à atitude persecutória e inconstitucional da empresa de prejudicar Laércio. Entendemos que o direto a livre manifestação e adesão a uma paralisação legal da categoria não pode resultar em punição alguma, sob pena que vermos ferida a nossa democracia. Exigimos a imediata devolução do cargo de Laércio e o fim da perseguição que lutam.

Compartilhe: