A Caixa atingiu, no primeiro semestre de 2003, o maior lucro líquido de sua história: R$ 860 milhões, um crescimento de 52% em relação ao mesmo período de 2002. Se somarmos os lucros dos sete maiores bancos do País, chega-se a R$ 6,453 bilhões. No Banco do Brasil, o lucro foi de R$ 1,079 bilhão. “Nós ajudamos a construir esse resultado. Esperamos que o lucro se transforme em benefício para os empregados” – lembrou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
Os banqueiros da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceram apenas 9% de reajuste durante negociação em 22 de agosto. Esse índice não chega nem à metade da inflação estimada pelo INPC para o período, que é de pouco mais de 18%. A reivindicação dos bancários é de 21,58%.
Para se ter uma idéia, as despesas com alimentação, segundo o Dieese, aumentaram 23,05% nos últimos 12 meses. A assistência médica teve reajuste de 20,10%. “Precisamos recompor o poder de compra dos salários com urgência. Há oito anos não conseguimos um aumento digno” – lembrou Fabiana.
A próxima rodada de negociação entre os membros da Executiva Nacional dos Bancários e da Fenaban está marcada para 1º de setembro, segunda-feira.
Só mobilização pode mudar proposta
Em 28 de agosto – Dia do Bancário e Dia Nacional de Luta e de Luto – bancários de todo País participaram de manifestações contra a proposta apresentada pela Fenaban.
Em São Paulo, os trabalhadores reuniram-se na Praça do Patriarca, na região central, para ato de protesto. Houve bolo de 5 metros, tubarão, banda e assembléia. Os participantes rejeitaram a proposta da Fenaban e decidiram pela paralisação no dia 28.
Os bancários da Caixa também participaram das manifestações. A agência São Bento permaneceu fechada. Na agência Sé, os empregados atrasaram a entrada a fim de participar de assembléia. “Só com união e mobilização é que vamos conquistar um melhor reajuste” – comentou o presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), Vagner Freitas.