Empregados de todo o Brasil se reuniram nesta quinta-feira, dia 7 de junho, em São Paulo para o 34º Conecef.

Logo no primeiro painel do dia o tema foi “Nenhum direito a menos”, onde se abordou a conjuntura política que vem provocando a retirada de direitos dos trabalhadores pelas mãos do governo Temer e seus aliados. “De um lado ele (Temer) retira direitos, do outro ele perdoa sonegadores”, lembrou Carlos Gabas, ex-ministro da previdência sobre a proposta de reforma da previdência.

O tema do segundo painel foi o Saúde Caixa, com exposição do médico e especialista em planos de saúde, assessor do GT Saúde Caixa, Albucacis de Castro. “Nós só lutamos quando perdemos algo, temos que fazer isso antes, conhecer o plano que temos para poder defende-lo e melhora-lo”, ressaltou. Albucacis também lembrou que ainda faltam informações a serem divulgadas pelo Saúde Caixa e que isso é fundamental para enfrentar as ameaças que o plano vem sofrendo.

Já a terceira mesa de debate abordou a Funcef e as ameaças sofridas contra os participantes da fundação. O próprio Diretor de Planejamento e Controladoria da Funcef, Max Mauran Pantoja, afirmou que o atual governo, à serviço do mercado, pretende transformar a Funcef em um produto comercial que dê lucro, assim como desejam fazer com o Saúde Caixa.

“É um conjunto de ataques que os trabalhadores estão sofrendo, temos que firmemente continuar defendendo a bandeira de maior participação, hoje a orientação política dentro da Funcef é de beneficiamento da patrocinadora”, apontou Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae. Sobre um possível novo estatuto na fundação, Fabiana questionou: “À quem interessa rever o estatuto?”.

Após a discussão o tema saúde voltou a ser o foco do Conecef. A médica do trabalho Maria Maeno mostrou números sobre o adoecimento bancário e ressaltou que com as mudanças promovidas pela reforma trabalhista a tendência é que a categoria adoeça ainda mais. “Acredito que a defesa da Caixa 100% é fundamental para a saúde dos empregados do banco”, ponderou.

Fechando as mesas do dia a Caixa 100% pública foi o tema que trouxe novamente o debate sobre as ações do atual governo federal. Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração, alertou que trabalhadores concursados da Eletrobras, Casa da Moeda e Correios foram demitidos para preparar o terreno destas empresas para a privatização. “Eles querem enxugar as estatais para poder vender depois, o discurso é que estas empresas são instrumentos de corrupção para convencer a população”, afirmou Rita. A conselheira também acredita que as loterias instantâneas que irão a leilão dia 4 de julho estão sendo “praticamente doadas de graça”.

O painel contou ainda com a participação da deputada federal e empregada da Caixa Erika Kokay. “Estamos vivendo uma ruptura democrática, retirada de direitos e privatização da gestão”, declarou. Erika lembrou que, novamente, o governo pretende tirar a exclusividade dos empregados em ocupar cargos de diretoria para colocar no lugar profissionais “do mercado”. “Eles querem lotear as diretorias das empresas públicas em uma tentativa de agradar ao mercado”, alertou.  

“Temos que nos unir neste momentos em que nossas conquistas e direitos estão ameaçados, a intenção de Temer e seus aliados é clara, querem privatizar e vender o patrimônio de todos os brasileiros”, concluiu Ivanilde de Miranda, diretora da APCEF/SP.

Encerrando o primeiro dia do Conecef foi lançado o livro “Caixa, banco dos brasileiros“, da coleção Fenae.

Nesta sexta-feira, dia 8, o congresso se encerra com as plenárias e aprovação da Minuta dos empregados.

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