A quantidade de mulheres eleitas no último pleito (outubro de 2018) ainda não chega perto da representatividade esperada, mas em relação à última eleição (2014) o número subiu em 50%. Só de deputadas federais foram 77 eleitas, 26 a mais do que em 2014.

Quando analisamos o número de mulheres negras eleitas, ele é ainda menor, mas também cresceu na recente votação. Na câmara federal eram 10 deputadas negras em 2014, agora serão 13.

No Rio de Janeiro quatro mulheres negras amigas de Marielle Franco (vereadora assassinada este ano) foram eleitas: Talíria Petrone, deputada federal, e Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro, que trabalhavam como assessoras da vereadora, deputadas estaduais.

Benedita da Silva, que já foi governadora do Rio, seguirá em Brasília com deputada federal.

Na Bahia a primeira deputada estadual negra foi eleita, a professora Olívia Santana, do PCdoB, que recebeu quase 58 mil votos.

Em Pernambuco, a chapa coletiva Juntas, do Psol, recebeu quase 40 mil votos e vai levar à assembleia legislativa do estado cinco mulheres. Um delas é Robeyoncé Lima, mulher negra, transexual e a primeira advogada a ter o direito de usar o nome social na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do estado.

Em São Paulo, outra mulher trans e negra foi eleita: Erica Malunguinho. Ela será a primeira mulher trans deputada estadual paulista. Malunguinho é administradora do quilombo negro Aparelha Luzia.

Erika Hilton, mulher negra formada em gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos, foi eleita como membro da bancada ativista do PSOL em São Paulo. Ao lado dela estará Leci Brandão. A sambista estará novamente na Assembleia Estadual.

De Minas Gerais sairá Áurea Carolina para ocupar uma cadeira no Congresso em Brasília. A socióloga foi a mulher com o maior número de votos entre candidatos mineiros.

“Não podemos nos contentar, porque, embora essa representatividade tenha crescido, ela ainda está muito abaixo do que deveria ser, as mulheres são mais da metade da população, assim como a população negra no Brasil é de cerca de 50%, no entanto, o número de mulheres negras em cargos políticos não chega perto dessa proporção”, lembrou Claudia Tome, diretora da APCEF/SP. “Este tema é, normalmente, debatido no Dia da Consciência Negra (20 de novembro), mas deve ser discutido todos os dias”, concluiu.

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