Jornais como Folha de S. Paulo e O Globo publicaram, na última quinta-feira, dia 5, denúncias graves envolvendo a Caixa.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), enviado à CPI dos Correios, apontou irregularidades na compra de R$ 1,09 bilhão da carteira de crédito consignado do BMG pela Caixa Econômica.
Uma das medidas, decidida pelo Conselho Diretor e assinada pelo presidente da Caixa, Jorge Mattoso, dois meses depois de fechado o contrato, mudou a forma de pagamento ao BMG – um dos bancos que emprestou a Marcos Valério recursos supostamente repassados a aliados do governo.
O BMG obteve, pelo menos, R$ 119 milhões em quatro das seis operações realizadas entre 2004 e 2005. O contrato original, aprovado em 22 de dezembro de 2004, após negociação, autorizava a CEF a pagar o valor ao BMG em 12 parcelas. Contudo, a nova decisão, também assinada por Mattoso, em 23 de fevereiro, decidiu pelo pagamento à vista.
A segunda medida foi a alteração das taxas de desconto para aquisições futuras previstas num acordo operacional assinado em março de 2005. O BMG enviou carta à CEF dizendo estar disposto a rescindir o contrato, caso as taxas não fossem mudadas. O pedido foi atendido 35 dias após a ameaça do BMG, segundo o TCU.
No mesmo dia das publicações, a Assessoria de Imprensa da Caixa divulgou uma nota de esclarecimento na qual afirma que aguarda o exame do mérito da questão e se manifestará no foro e ocasião adequados sobre as razões que justificaram as operações.
Como em outros casos que envolveram a diretoria da Caixa em denúncias graves, a APCEF/SP defende que tudo seja apurado o mais rápido possível e que os resultados sejam divulgados de forma transparente e objetiva.

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