A frase “eu não acredito nesse balanço” está entre as centenas de mensagens, daquelas publicáveis, recebidas pela APCEF/SP e destinadas ao presidente da Caixa, Gilberto Occhi, que se comprometeu em receber representantes de sindicatos e da APCEF/SP nesta quarta-feira, 5 de abril.

O presidente desculpará a impertinência, mas terá que engolir a frase.
Projeção de lucro de R$ 6,7% bilhões, divulgada ainda em 2016, para resultado de R$ 4,1 bilhões, anunciado com tom de surpresa, agora? Os resultados mensais, de conhecimento da direção, não sugeriram revisão?

Outra frase é “Eu acho engraçado, e um tanto curioso, o fato de vocês terem "errado" tanto nas projeções de lucros, tendo em vista o atual cenário econômico do País”.
Presidente, o senhor deve uma explicação. E deve porque sua avaliação da conjuntura em entrevistas aos jornalões tem sido de que o país está em crise, no que acertou, embora se dissesse “em liquidação” seria mais adequado. A liquidação do país tem a ver com a política contracionista do governo Temer, o que é fácil constatar a cada indicador macroeconômico divulgado.   

 “A ideia desta presidência é precarizar o atendimento e estrutura da Caixa para justificar sua iminente privatização? ”.

Pois é, mais uma frase a ser engolida.

De maneira oportunista, a solução anunciada para a Caixa – por causa dos resultados e da “longa greve que atrapalhou a recuperação” – é a redução de direitos no plano de assistência à saúde (que acumula superávits), corte do já insuficiente quantitativo de pessoal, que para quebrar a rotina é convocado para trabalhar aos sábados.

Claro, sem empregados se reduz o número de agências. A sua gestão impõe, ainda, a eliminação de cargos e funções, mas não das tarefas relativas a esses cargos e funções que, agora, passam a ser acumuladas pelos empregados que sobraram. Não convém esquecer do desprezo aos bilhões do contencioso junto à FUNCEF.

Em 2008/2009, a Caixa foi agressiva em busca do mercado que o setor privado largou em razão da crise. Cresceu. Em uma de suas entrevistas, o senhor mencionou não se tratar, então, de política de governo, mas de decisão da empresa na época. Tanto faz. O fato é que sua decisão, agora, é não crescer, mas sim encolher. E, além do desprezo e ataque aos empregados, sua administração está obstinada em oferecer ao mercado privado, serviços e operações da empresa como loterias, seguros, administração de cartões.

Não se ofenda, presidente. Mas o senhor não poderia aderir ao PAA?

Compartilhe: