Na quinta rodada de negociação específica da Caixa dentro da Campanha Nacional 2018, a direção do banco apresentou uma proposta de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que ignora dezenas de direitos atualmente garantidos pelo ACT. A negociação ocorreu nesta terça-feira (7), em São Paulo.
Dentre os direitos garantidos pelo Acordo Coletivo atual que não foram citados na proposta apresentada estão: horas extraordinárias, adicional de trabalho em horário noturno, PLR Social, isenção de anuidade cartão de credito, juros do cheque especial diferenciado, tarifas em conta corrente, ausências permitidas, escala de férias, jornada de trabalho, Saúde Caixa, suplementação do auxílio doença (licença caixa), adicional de periculosidade e insalubridade, intervalo para descanso NR 17, homologação das rescisões, GT Saúde Caixa, GT Saúde do Trabalhador, negociação permanente, incentivo à elevação por escolaridade, Incorporação REB, GT Contencioso Funcef, mais contratações, abrangência do ACT.
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“O presidente Nelson Souza se perdeu na matemática, pois as alterações propostas pelo banco passam, e muito, de 10% do Acordo Coletivo”, lembrou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra. “Talvez a grande proposta e inovação que a diretoria da empresa reserva aos empregados seja mesmo os tais ‘bicos’ que ela indicou, em mesa, para seus profissionais complementarem sua renda”, finalizou.
Os representantes dos trabalhadores explicitaram a insatisfação com relação à minuta apresentada na mesa de negociação e pressionaram por uma nova rodada de negociação, marcada para dia 17, na sequência da próxima negociação com a Fenaban.
PLR Social ameaçada – Com relação à PLR, os representantes do banco disseram que seguirão a regra Fenaban. Já a PLR Social sequer foi citada. Nas negociações anteriores, os representantes do banco não garantiram seu pagamento.
Direção do banco se pautará pela reforma trabalhista – Durante a negociação, os representantes do banco mais uma vez afirmaram que se pautarão pela reforma trabalhista – lei que modificou dezenas de artigos da CLT e acabou com uma série de direitos dos trabalhadores.
A direção do banco também não garantiu a incorporação de remuneração de função, direito histórico dos empregados retirado pela direção da empresa, antes mesmo da aprovação da reforma trabalhista que está mantido por liminar obtida na Justiça pela Contraf-CUT
A Caixa disse que irá manter a designação de função exclusivamente por minuto dos caixas, além de ameaçar utilizar o mesmo princípio com avaliadores e tesoureiros.
Proposta aniquila Saúde Caixa – Com relação ao Saúde Caixa, a direção da Caixa apresentou a seguinte proposta: “A Caixa oferece aos empregados e respectivos dependentes assistência à saúde, em modalidade, forma e condições modificáveis a qualquer tempo, respeitadas as normas da ANS e orientações estabelecidas pela CGPAR.”
A resolução 23 da CGPAR exclui os aposentados atuais e futuros do plano de saúde; elimina contribuição por grupo familiar; e “quebra a solidariedade”, o princípio pelo qual os empregados contribuem da mesma forma, independentemente do tempo de banco e idade..
Proposta exclui aposentados – A proposta é especialmente excludente com relação aos aposentados, porque não garante uma série de direitos como isenção de tarifas e condições especiais de juros para empregados e ex-empregados e os exclui da cobertura do Saúde Caixa.
Assembleias – Em São Paulo, a assembleia terá início às 19 horas, em primeira chamada, e 19h30 em segunda chamada, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Centro da capital). Nas demais regiões, verifique com o Sindicato sobre horário e local.
“Participem das assembleias marcadas para esta quarta-feira, dia 8. Na sexta-feira, dia 10, é o Dia do Basta, protesto nacional da classe trabalhadora”, reforçou o diretor-presidente.
Fonte: Com dados da Contraf-CUT