Na terceira reunião do Grupo de Trabalho sobre Caixa-Minuto, realizada nesta quarta-feira (7), em Brasília, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) reforçou mais uma vez a cobrança pelo fim da designação por minuto para os empregados que exercem a função de caixa, ao mesmo tempo que reafirmou a impossibilidade das entidades representativas homologarem contrato de trabalho sobre demanda nos caixas, cujo propósito é a descaracterização da Caixa Econômica Federal 100% pública.
Em resposta a essa reivindicação, os representantes do banco insistiram na tese da pertinência da mudança, vista como necessária para “viabilizar” a eficiência da empresa7 na disputa de mercado. Esses argumentos foram prontamente contestados pela Contraf/CUT, para quem o que torna a Caixa realmente lucrativa é o seu papel social, que proporciona resultado positivo para a empresa e a diferencia de outras instituições financeiras.
A reunião não foi conclusiva. No próximo dia 19 de dezembro, em novo encontro que acontece em Brasília, a Caixa ficou de apresentar para o GT sobre Caixa-Minuto uma proposta, que depois será encaminhada para apreciação da mesa permanente de negociações.
Projeto-piloto
Na reunião do GT, a Contraf/CUT cobrou ainda esclarecimentos a respeito do projeto-piloto Rede de Operações, implantado inicialmente no Distrito Federal e depois executado em cinco agências em Jundiaí (SP), com previsão de expansão para outras seis no município paulista.
Na ocasião, os representantes dos empregados questionaram o formato adotado pela Caixa nas experiências dos projetos-pilotos. A suspeita é de que essas mudanças, feitas mais uma vez de forma unilateral, implicam em prejuízos pessoais e profissionais aos trabalhadores, com o objetivo de reduzir custos, extinguir funções, diminuir postos de trabalho e focar nos negócios.
Depois de alguns esclarecimentos feitos pela empresa, a Contraf/CUT mostrou preocupação com a semelhança do projeto-piloto com o que foi implantado no Banco do Brasil (2011), seguindo a lógica dos bancos privados.
Foi levantada ainda a hipótese de que, para os caixas, a situação será mais problemática. A tendência é de que, no futuro, esse segmento será desvinculado da lotação da agência e vinculado a uma nova plataforma operacional, passando a realizar atividades como caixas itinerantes. Isso poderá significar que, a cada período, os caixas passem a exercer função em unidades diferentes.