A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e a Caixa Econômica Federal assinaram na quinta-feira, dia 29 de outubro, em Brasília (DF), o aditivo à Convenção Coletiva Nacional 2009/2010, que garante a contratação de cinco mil novos trabalhadores em 2010 e o pagamento de abono de R$ 700 na folha de janeiro do próximo ano, entre outros itens.
O ato de assinatura contou com a participação de Carlos Cordeiro (presidente da Contraf/CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários), Jair Pedro Ferreira (coordenador da CEE/Caixa e diretor de Administração e Finanças da Fenae), Plínio Pavão (secretário de Sáude da Contraf/CUT e membro da CEE/Caixa), Erika Kokay (deputada distrital pelo PT/DF e empregada da Caixa), Emanoel Souza Jesus (presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe) e dos vice-presidentes da Carlos Borges (Atendimento) e Édilo Ricardo Vasconcelos (Gestão de Pessoas).
* Clique aqui para acessar o Acordo Aditivo.
* Clique aqui para acessar o Acordo de PLR.
Na ocasião, Carlos Cordeiro disse que a assinatura do aditivo representa um momento de celebração, acrescentando: "É o sexto ano de aumento real de salário para a categoria bancária e, no caso específico da Caixa, a contratação de mais cinco mil empregados é uma conquista importante, resultado de uma campanha salarial forte, com unidade de todos os bancários".
Para Jair Pedro Ferreira, os empregados da Caixa conseguiram avanços importantes na campanha salarial deste ano. Ele afirmou que, além do aumento real e da contratação de cinco mil empregados, medidas como a implantação de comitês que vão discutir a mediação de conflitos de assédio moral e a autorização da eleição de todos os cipeiros, sendo o presidente indicado dentre os eleitos, vão possibilitar melhorias nas condições de trabalho.
Para Plínio Pavão, apesar de toda a tensão da greve, os bancários da Caixa tiveram uma campanha salarial vitoriosa, principalmente pela postura dos empregados que se mantiveram firmes e serenos até que conseguíssemos arrancar uma proposta satisfatória. "Isso demonstra uma sintonia positiva entre os trabalhadores e seus representantes, que participaram das negociações", afirma.
Carlos Borges fez uma avaliação positiva e declarou que o processo de negociação amadureceu bastante. Ele observou ser "importante as partes chegarem a um bom termo, pois em geral a pauta nunca chega ao fim". E acrescentou: "Esperamos ter conseguido vencer algumas barreiras e que pendências relativas ao Plano de Cargos e Salários (PCS) e ao Plano de Cargos Comissionados (PCC) sejam resolvidas nas reuniões de negociações permanentes". Segundo Borges, a direção da Caixa está empenhada para que o pós-greve não prejudique o clima organizacional da empresa.
A deputada distrital Erika Kokay, que também é empregada da Caixa, destacou ser preciso refletir sobre o fato de a empresa recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) em períodos de greve dos bancários, pois, segundo ela, a instauração de dissídio coletivo no TST não contribui para distensionar a relação entre trabalhadores e empregadores. Nesse caso, Erika defende que "as demandas sejam tratadas em mesa de negociação". A parlamentar distrital também chamou a atenção para o cumprimento das pendências das negociações das campanhas salariais de 2007 e 2008, pedindo celeridade à empresa na solução desses problemas.
PLR: Caixa credita pagamento da regra básica na próxima terça-feira
A PLR dos empregados da Caixa será creditada na terça-feira, dia 3 de novembro. O valor a ser depositado corresponde à totalidade da regra básica negociada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que consiste em 90% do salário mais parcela fixa de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680. O restante será pago em março de 2010.
Na Caixa, a PLR deve variar entre R$ 4 mil e R$ 10 mil ou a regra da Fenaban, o que for maior. No entanto, tendo em vista que este ano o resultado da Caixa tende a ser menor do que o do ano passado, o valor total a ser distribuído pela empresa na regra básica da Participação nos Lucros e Resultados ultrapassará o teto previsto de 13% do lucro líquido. Assim, o valor a ser pago a cada bancário receberá um redutor de 23% para adequá-lo ao teto, o que não afeta a PLR adicional.
Outros itens
Pelo acordo coletivo deste ano, os bancários da Caixa também terão direito a reajuste salarial de 6% (1,5% de aumento real) e conquistaram ganhos em pontos como a criação e implantação dos comitês de acompanhamento da rede credenciada do Saúde Caixa e dos comitês regionais de mediação de conflito no trabalho, vinculados à Comissão de Ética da Caixa. Essas medidas visam melhorar as condições de saúde e combatem o assédio moral. Outra conquista é a autorização para eleição de todos os cipeiros, com o presidente sendo indicado dentre os eleitos.
Os trabalhadores da empresa fizeram 28 dias de greve, encerrada em 21 de outubro. Não haverá desconto de nenhum dos dias parados, mas compensação até o dia 18 de dezembro.
Também não será descontado o dia 22 de outubro para os empregados das bases sindicais que optaram por manter a greve até o dia 21 de outubro. A data de 22 de outubro será incluída no processo de compensação, cujo prazo-limite foi estendido para o dia 21 de dezembro. Após esse período, os dias não compensados serão abonados.
Fonte: Contraf-CUT