O Conselho Deliberativo da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa), composto por presidentes das 27 Apcefs (Associações do Pessoal da Caixa) de todo o país e pela Diretoria Executiva da entidade, reuniu-se nesta quarta-feira (27) em Brasília (DF), para sua última reunião do ano. O encontro marcou a consolidação das conquistas de 2024 e trouxe à tona os desafios para o próximo ano.
O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, abriu a reunião destacando o ano de intenso trabalho da entidade. “Tivemos um ano repleto de realizações, como os Jogos da Fenae e outras iniciativas marcantes, com destaque para a luta pela manutenção dos direitos das empregadas e dos empregados Caixa, além do importante momento das eleições municipais. Enfrentamos desafios, como as ameaças à democracia, e continuaremos lutando para manter a Caixa 100% pública e para superar as adversidades. Agradeço a dedicação de todos e espero que nossa unidade se mantenha sólida em 2025”, afirmou.
Takemoto também afirmou ao CDN a importância da mobilização da categoria pela manutenção de direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras do país. Ele informou que, na última segunda-feira (25), a convite da deputada Erika Kokay (PT-DF), a Fenae participou de audiência pública na Comissão de Administração e Serviço Público, da Câmara dos Deputados. O objetivo foi discutir a redução da idade de desligamento compulsório no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), de 75 para 70 anos, que tem gerado indignação entre os trabalhadores e entidades representativas.
O presidente da Fenae alertou que a medida pode se tornar um precedente para outras empresas públicas. “Essa discussão não atinge apenas os empregados do Serpro. Se for aplicada lá, pode ser expandida por todas as estatais, afetando milhares de trabalhadores experientes que têm muito a contribuir. Além disso, essa não é medida que visa economia, pois o número de pessoas atingidas por essa decisão é muito pequeno. No Serpro, por exemplo, são 300 pessoas. Não é questão de economia, é de política”, alertou Takemoto.
José Herculano Neto (Bala), presidente do CDN e da Apcef/DF, repassou informes para os integrantes do Conselho e também agradeceu a presença e a atuação de todos os representantes das Apcefs, na luta pela manutenção de direitos e do bem-estar dos empregados e das empregadas Caixa de todo o país. É importante destacar o trabalho desenvolvido pela Fenae durante todo o ano de 2024. Com certeza, o apoio de todos aqui presentes foi essencial para o sucesso das nossas ações”, afirmou Bala.
Eventos programados para 2025
O diretor de Administração e Finanças da Fenae, Marcos Saraiva, apresentou a programação de eventos para o próximo ano, com destaque para o Talentos Fenae/Apcefs 2024/2025, #ProntoFalei 2025, Jogos Fenae+, Jogos Regionais e Meu Ideal.
Responsabilidade social
As diretoras Giselle Menezes e Lourdes Barboza destacaram as iniciativas do Movimento Solidário e as novas ações, que serão voltadas ao combate à violência contra a mulher, incluindo uma parceria com o Ministério das Mulheres. Lourdes informou que os próximos projetos deverão priorizar ações em defesa dos direitos de mulheres e combate ao feminicídio.
Defesa dos empregados
Na parte da tarde, o diretor de Benefícios da Funcef, Jair Pedro Ferreira, também esteve presente na reunião do CDN e apresentou um panorama da Fundação. Segundo a Diretoria de Benefícios da Funcef, atualmente são mais de 47 mil aposentados, mais de 83 mil ativos; 8,5 mil pensionistas e R$ 500 milhões pagos por mês de aposentadoria. Até o momento, 2.700 solicitaram saída por meio do PDV.
Leonardo Quadros, diretor de Saúde e Previdência da Fenae e presidente da Apcef/SP, destacou sobre a reunião realizada entre Fenae, Contraf-CUT, Anapar e Sest/MGI para tratar sobre os assuntos relacionados à previdência e à saúde. O objetivo foi tratar de duas pautas essenciais para os empregados da Caixa: a incorporação do REB ao Novo Plano e a exclusão do limite estatutário de 6,5% imposto ao custeio do Saúde Caixa. Leonardo também falou sobre as tratativas em relação ao aumento da meta atuarial.
Quadros também mostrou os resultados da última reunião do Grupo de Trabalho (GT) Saúde Caixa. Ele informou que são mais de 277 mil usuários (até agosto deste ano), destacou o aumento das receitas do plano e alertou sobre o déficit de R$ 311 milhões registrado até agosto deste ano.
“Apesar do aumento de mais de 56% nas receitas, o crescimento das despesas foi superior ao projetado, especialmente em internações. O que tem apresentado um crescimento muito preocupante. Além disso, é importante ressaltar que os empregados contribuíram com 39% com o custeio do Saúde Caixa. É necessário um esforço conjunto para aumentar as receitas e, principalmente, melhorar a eficiência da gestão, sem comprometer a qualidade do atendimento”, enfatizou o diretor de Saúde e Previdência da Fenae. Integrantes do CDN concordam em relação à necessidade de uma melhor gestão do plano por parte da Caixa, bem como atenção à saúde mental dos empregados do banco.
O atendimento jurídico aos empregados Caixa, prestado pela Fenae em parceria com a parceria do LBS Advogados Associados, também foi apresentado ao CDN. Oferecido de forma totalmente gratuita aos trabalhadores do banco, associados ou não a uma das 27 Apcefs de todo o país, a assessoria é realizada após agendamento, por meio de videoconferência, e atende questões trabalhistas, cíveis, da família, do consumidor e previdenciária.
Takemoto finalizou a reunião enfatizando a importância da união para enfrentar os desafios que virão, como a defesa da Caixa e da democracia. “Vamos continuar juntos, mantendo a unidade que nos fortalece e nos permite alcançar grandes conquistas. Em 2025, teremos novos projetos e ações sempre em defesa do bem-estar dos empregados da Caixa e associados das Apcefs”, concluiu.