O 4º Congresso da Contraf-CUT, iniciado na sexta-feira, dia 20, terminou no último domingo, dia 22, no Hotel Mercure, em São Paulo, com a participação de 353 delegados de todo o país. Na ocasião, houve a apresentação da diretoria que comandará a Confederação no período de 2015-2018, presidida por Roberto Von Der Osten.

Além disso, o Congresso teve como objetivo definir a estratégia de luta dos bancários nos próximos anos e, também, um chamado para intensificar a mobilização de modo a enfrentar a difícil conjuntura econômica e política, em defesa dos direitos dos trabalhadores, da democracia, da reforma política e da democratização dos meios de comunicação.

Para Roberto Von Der Osten, o Congresso foi realizado em meio à dificuldade devido a conjuntura difícil, que debateu e elegeu uma direção no momento em que a CUT e os movimentos sociais saíram às ruas e que outros grupos também se manifestaram, contestando o governo. “Vamos continuar a organizar e articular a categoria bancária para defender a democracia e os direitos dos trabalhadores, além de organizar uma atuação contra o PL 4330 da terceirização, que deve retornar à pauta”, disse.

Processo eleitoral

A diretoria da Contraf-CUT foi eleita na tarde do sábado 21, em votação secreta, por força de liminar. Concorreram duas chapas.

A Chapa 2 (Articulação Sindical, CSD, Unidade Sindical, Fórum do RJ, Articulação de Esquerda e Intersindical) , encabeçada por Roberto Von Der Osten, atual secretário de Finanças da Contraf-CUT, ganhou 265 votos, ou 75,7% do total. E a Chapa 1 (Articulação Sindical), liderada por Miguel Pereira, atual secretário de Organização da Contraf-CUT, alcançou 85 sufrágios, 24,3%. Houve dois votos em branco e um nulo.

Os delegados e as delegadas aprovaram também a criação de mais duas pastas na diretoria executiva da Contraf-CUT: as secretarias de Juventude e a de Combate ao Racismo, totalizando agora 17. Foi mantida a atual composição de 26 integrantes do Conselho Diretivo.

Os cargos da direção foram distribuídos proporcionalmente pela porcentagem dos votos obtidos por cada chapa, conforme os estatutos Contraf e da CUT. A Chapa 1 protocolou carta de protesto junto à Comissão Organizadora do Congresso e anunciou que vai entrar com um recurso junto à CUT por discordar da forma de aplicação utilizada do critério de proporcionalidade.

Na composição dos cargos da diretoria executiva por cada chapa não foram considerados separadamente os 17 que respondem por secretarias e os 8 que são apenas diretorias executivas. "A Chapa 1, mesmo tendo obtido quase 25% dos votos, ficou sem nenhuma secretaria, ficando todas as pastas da executiva com a Chapa 2, o que estamos questionando porque avaliamos que isso fere profundamente a democracia e não valoriza a nossa representação e a construção da unidade", disse Miguel Pereira.

A diretoria eleita assume no dia 15 de abril para um mandato de três anos.

Conjuntura política e econômica

Antes do encerramento do Congresso, os delegados e as delegas fizeram uma discussão sobre a conjuntura política e econômica, internacional e nacional, da qual participaram como expositores o chefe mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane, e o ex-deputado estadual (PT-SP) Luís Cláudio Marcolino.

Monzane criticou os ajustes que estão sendo implementados pelo governo Dilma Rousseff. "Enquanto a Europa faz uma autocrítica da política de austeridade, que não deu certo para conter a crise, o Brasil quer fazer, neste momento, o que não funcionou lá fora. Mas os trabalhadores precisam se posicionar, alertar a sociedade que estas medidas de austeridade não geram riqueza, nem inclusão social. A Espanha, por exemplo, ainda aposta na austeridade e tem um índice de 30% de desemprego, chegando a 60% entre os jovens. Não gostaríamos de ver este cenário aqui no Brasil", afirmou o dirigente da UNI Finanças.

Marcolino também criticou o ajuste fiscal, mas fez um balanço positivo dos avanços econômicos e sociais dos governos Lula e Dilma, que segundo ele precisam ser preservados e aprofundados. Para isso, propôs, "é preciso mobilizar os trabalhadores e os movimentos sociais para impedir retrocessos, manter os direitos trabalhistas e defender a democracia, a reforma política e a democratização dos meios de comunicação".

Moção de apoio aos trabalhadores da Guatemala

Durante os debates, foi aprovada moção de apoio aos trabalhadores da Guatemala, depois que a dirigente sindical guatemalteca Lesbia Amezquita, do Movimento Sindical Indigena e Campesino (MSICG), denunciou a violência contra sindicalistas em seu país, onde 68 foram assassinados e nenhum caso esclarecido pela polícia.

Veja, abaixo a diretoria eleita:

Diretoria executiva

Presidente – Roberto Antonio Von Der Osten
Vice-presidenta – Juvandia Moreira Leite
Secretaria-geral – Carlos de Souza
Secretaria Finanças – Sérgio Hiroshi Takemoto
Secretaria Imprensa – Gerson Carlos Pereira
Secretaria Relações Internacionais – Mario Luis Raia
Secretaria Saúde – Walcyr Previtale
Secretaria Formação – Ernesto Izumi
Secretaria Organização do Ramo Financeiro – Carlindo Dias de Oliveira
Secretaria Assuntos Jurídicos – Mauri Sergio Marins de Souza
Secretaria Assuntos Sócioeconômicos – Rosalina Amorim
Secretaria Políticas Sindicais – Gustavo Machado Tabatinga Junior
Secretaria da Mulher – Elaine Cutis
Secretaria de Relações do Trabalho – Mauro Salles Machado
Secretaria de Políticas Sociais – Fabiano Paulo da Silva Junior
Secretaria da Juventude – Fabiana Uehara Proscht
Secretaria de Combate ao Racismo – Almir Costa de Aguiar

Diretores Executivos

Barbara Peixoto de Oliveira
Adilson Claudio Martins Barros
Andrea Vasconcelos
Carlos Alberto Cordeiro da Silva
Deise Recoaro
Enilson Cardoso da Silva
Lúcio Paz
Miguel Pereira

Suplentes da Diretoria Executiva

Maria da Conceição Bezerra
Sérgio Siqueira
Maria Rita Serrano
Marcelo Azevedo
Alan Patrício Mendes Silva
Manoel Elídio Rosa
Rafael Marinho Duarte
Ademir Wiederkehr
Sonia Rocha

Conselho Fiscal

Clarice Torquato Neto
Gilmar Carneiro dos Santos
Paulo Roberto Stekel

Suplentes do Conselho Fiscal

Gilmar Aguirre
José Ricardo Jacques
Maria Arivoneide Cerqueira

Conselho Diretivo

André Luis Rodrigues
Sebastião Eugenio de Castro Filho
Célio Dias Cunha
Cícero Ferreira Mateus
Antonio Carlos Pirotti
Eliomar Carvalho Silva
José Carlos Garcia
Nelson Luis da Silva Nascimento
Paulo Ranieri Medeiros da Silva
Carolina Costa
Valdevir Fernandes Filho
Marcos Vandai Tavares Rolim
Graziela Rezende Ferreira
Luis Claudio Marcolino
Livia Gomes Terra
Fernanda Lopes de Oliveira
Carolina Benedetti Pedroso
Milton dos Santos Rezende
Raquel Araujo Lima
Paulo Robson dos Santos Manhães
José Pinheiro
Carlos Eduardo de Oliveira
Italina Facchini
José de Castro Souza
Keli Cristina Vieira
Wanderley Antonio Crivellari

Fonte: Contraf-CUT
 

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