Durante encontro do Comitê Nacional em Defesa da Caixa 100% Pública, realizado na última sexta-feira, dia 6, foi protocolado um pedido de audiência com Miriam Belchior, presidenta do banco.
A solicitação, que consistiu em uma das principais resoluções da primeira reunião deste fórum (composto pela Fenae, Contraf, CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas), tem como objetivo reforçar a posição contrária a qualquer proposta de abertura de capital da empresa e organizar calendário de novas mobilizações, no sentido de fortalecer o movimento em defesa da Caixa 100%.
É preciso ressaltar que o consenso é de que a está restrita apenas à Caixa, mas envolve todas as empresas estatais e o conjunto da sociedade brasileira.
Novas mobilizações
Como prioridade, foram definidas a criação de comitês estaduais, com prazo-limite de 20 de março. Estes fóruns seguiram o formato do nacional, agregando ainda as entidades representativas dos empregados da Caixa. Em dois estados – Paraná e Espírito Santo – já foram constituídos.
Para o dia 23 de março está prevista a realização “tuitaço”. Na etapa da mobilização, outro importante alicerce da campanha em defesa da Caixa 100% pública, as iniciativas serão adotadas com base em um calendário de ações. Além do pedido de audiência com a Miriam Belchior, e-mails serão encaminhados a parlamentares do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativa e das Câmaras Municipais. Será divulgado ainda um manifesto com assinaturas de intelectuais ou personalidades de envergadura nacional, ficando definida ainda a necessidade de acompanhar a agenda da presidenta Dilma Rousseff e da presidenta da Caixa, para realizar manifestações em defesa da Caixa 100% pública.
Outra ação aprovada durante a reunião de Brasília do comitê nacional foi a de massificar o slogan “Eu defendo a Caixa 100% pública”, a ser divulgado em todo o material de comunicação produzido pelas entidades do movimento sindical e associativo.
Avaliação
Sob a coordenação da Fenae, o Comitê Nacional em Defesa da Caixa 100% Pública voltará a reunir-se na primeira quinzena de abril. O indicativo de data é o dia 10, em Brasília. O presidente da Federação, Jair Pedro Ferreira, ressaltou que é importante que a sociedade participe desse debate. “A Caixa é um patrimônio de todos os brasileiros. É fundamental que conscientizemos os empregados sobre a ameaça que representa a abertura de capital do banco, bem como ganhar a opinião pública”, afirmou.
Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa-Contraf/CUT), avaliou não ser tolerável o governo fatiar o banco no momento em que ele está em ampla expansão, levando-se em conta que só em 2014 o lucro alcançou a marca dos R$ 7,1 bilhões. “Como a Caixa já sofreu outros ataques em outras épocas, e os empregados e a sociedade resistiram, mais uma vez há a capacidade de evitar esse risco para o Brasil e para os trabalhadores”, observou.
Emanoel Souza de Jesus, da CTB, acrescentou: “outra ação importante é entender, do ponto de vista jurídico, os passos que teriam que ser dados para abrir o capital da Caixa”. Wilson Ribeiro, da CSP-Conlutas, frisou: “quanto à conscientização do público interno, ou seja, dos empregados do banco, é fundamental ressaltarmos que eles perderiam uma série de direitos e benefícios, coisas que outros bancários não têm hoje”. Lizandre Borges, da Intersindical, informou: “a criação dos comitês regionais será essencial. No Espírito Santo, a primeira reunião vai ocorrer no próximo dia 16”.
Também participaram da reunião o vice-presidente da Fenae, Clotário Cardoso, e o diretor de Cultura da entidade, Moacir Carneiro. Eles também destacaram a importância da atuação do Comitê Nacional e da criação desses fóruns nos estados, no sentido de unificar e fortalecer a luta pela manutenção da Caixa 100% pública.
Fonte: Agência Fenae