Começa a ser aplicado nesta segunda-feira, dia 17, o segundo Censo da Diversidade nos bancos, uma conquista da categoria bancária na campanha salarial 2012. Até o dia 25 de abril, 486 mil bancários de 19 banco públicos e privados poderão responder o questionário através do hotsite da Febraban. Diferente do primeiro censo, o levantamento deste ano tem a inclusão de uma pergunta sobre a questão LGBT.

O sistema tem tempo previsto de 8 a 10 minutos e conta com um programa de segurança para manter as respostas em sigilo. Todos os bancários poderão participar do programa, inclusive os licenciados por motivos de saúde, maternidade e mandado sindical, que estão na base de cadastro da RAIS, poderão participar do censo.

O segundo Censo trata-se uma oportunidade para traçar mais claramente a realidade da categoria, na perspectiva de construir um plano de ação para corrigir as discriminações e conquistar igualdade de oportunidades e de tratamento no sistema financeiro.

A Contraf/CUT fará o acompanhamento do segundo Censo até a divulgação dos seus resultados em julho. O objetivo, nesse caso, é averiguar se os bancos estão efetivamente assegurando condições igualitárias na contratação, na remuneração e na ascensão profissional de todos os trabalhadores, independentemente de sexo, gênero, raça/cor, etnia, se LGBT ou pessoas com deficiência.
Uma história de lutas contra a discriminação e o preconceito.

No âmbito da categoria bancária, o debate sobre igualdade de oportunidades está pautado de 1992, quando ocorreu o Encontro Nacional dos Bancários. De lá para cá, foram inúmeras ações voltadas ao combate à discriminação no setor financeiro. Em 1996, o tema foi incluído na minuta de reivindicações entregue aos bancos.

No primeiro Encontro de Mulheres, em 1997, foi criada a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) e, no ano seguinte, o tema igualdade de oportunidades tornou-se bandeira de luta da campanha salarial dos bancários.

Os bancos sempre negaram a discriminação no local de trabalho, mas em 2000 a então Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizaram uma pesquisa nacional, resultando na publicação "Os Rostos dos Bancários". O levantamento traçou o perfil da categoria e comprovou a existência de distorções de gênero e raça.

Depois da identificação das desigualdades a CNB/CUT produziu três cartilhas entre 2001 e 2003: "Assédio Moral no Trabalho", "Relações Compartilhadas" e "Igualdade de Oportunidades", intensificando o debate junto aos bancários. Essas ações refletiram positivamente na criação da mesa bipartite sobre igualdade de oportunidades, em 2001.

Ao longo desses mais de 10 anos, a mesa temática aprofundou o debate sobre diversos assuntos relacionados "às minorias". E em 2008 foi construído o primeiro censo, chamado de "Mapa da Diversidade", que revelou uma série de desigualdades nos bancos.

Fonte: Fenae Net

 

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