A minuta de reivindicações foi entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em 10 de agosto. A direção da Caixa recebeu a pauta das negociações específicas no dia 17 daquele mês. “Faz mais de 30 dias que os banqueiros receberam nossas reivindicações e, até agora, nada foi apresentado” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
Nas primeiras rodadas de negociação, a Fenaban apenas apresentou uma proposta de mesa para debater saúde e metas.
Entre as principais reivindicações dos bancários estão: aumento real de salário (de 7,05% além da inflação do período), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com distribuição linear de 5% do lucro líquido mais um salário acrescido de R$ 1.500, isonomia de direitos, garantia de emprego, fim do assédio moral e das metas abusivas.
Quanto à Caixa, os encontros para negociação de itens específicos também não avançaram.
“Precisamos esquentar essa Campanha. Já sabemos que, sem pressão, as propostas não aparecem. Vamos fazer debates nos locais de trabalho e organizar-nos” – explicou Fabiana Matheus.

• Dia do preto

A APCEF/SP propõe, então, que dia 22, sexta-feira, os empregados da Caixa usem preto. Para isso, foram enviadas fitas pretas para serem utilizadas pelos trabalhadores nesse dia. Amarre-a no braço, em sua estação de trabalho… mostre sua indignação! Se possível, também utilize roupas pretas. E, ainda, aproveite para ler a “carta aberta ao empregado da Caixa” (logo abaixo) junto com os demais empregados da sua unidade.
Acompanhe, na página da APCEF/SP na internet, o andamento das negociações da Campanha Salarial.

• Carta aberta ao empregado da Caixa

A Campanha Salarial 2006 já começou. Nas primeiras rodadas de negociação, os banqueiros disseram não a todas as cláusulas econômicas. Apenas aceitaram formar grupos de trabalho para questões como metas e saúde.
A Caixa está na mesa de negociação da Fenaban, onde serão definidas as cláusulas econômicas. No entanto, ainda precisamos debater questões específicas, que incluem PCS/PCC, isonomia dos técnicos bancários, Sipon, entre outros assuntos. Na primeira rodada de negociação específica, também não houve qualquer avanço.
Os banqueiros chegaram a suspender a negociação, testando nossa capacidade de mobilização, nosso espírito de luta, nossa resistência. E nós, o que fizemos? O que esperamos?
Os empregados da Caixa sempre foram sinônimo de mobilização e de garra. E a Caixa Econômica Federal, que só no primeiro semestre desse ano registrou lucro de mais de R$ 1,3 bilhão, não pretende nos dar nada de graça. É preciso brigar para arrancar o que queremos, é preciso mobilização nos locais de trabalho, organização e garra para conquistarmos o que é nosso por direito.
Nos dois últimos anos, conseguimos aumento real. Mas isso foi fruto da organização e mobilização dos trabalhadores, resultado da garra dos bancários, que não abaixam a cabeça nem desistem da luta.
Vivemos sob o estresse das metas, das cobranças absurdas, das situações-limite, da falta de condições de atendimento e de trabalho. É hora de dar um basta, mostrando nossa disposição, apostando na união dos trabalhadores, na capacidade dessa categoria incansável.
Vamos enfrentar os banqueiros e a direção da Caixa! Vamos mostrar que, com mobilização e garra, podemos conquistar aquilo que queremos.
Vamos à luta!

Compartilhe: