Contrariando o que foi acertado com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), a Caixa divulgou, em 5 de janeiro, a criação de uma nova função nas agências: o caixa de ponto-de-venda que, segundo o banco, substituirá as atribuições do caixa executivo, em extinção. A decisão foi unilateral e desrespeita o processo de negociações, que ainda não havia chegado ao fim.
A medida apresenta divergências no que foi acordado quanto às atribuições do cargo, ao fato de a nomeação ficar na mão dos gestores e de não haver garantia de que os empregados prejudicados com a perda da função serão nomeados.

• As perdas dos empregados

A extinção do caixa executivo, na década de 90, fazia parte do processo de privatização da Caixa na era FHC. Neste período, em conseqüência da política do governo federal, os empregados amargaram perdas, principalmente no salário.
O caixa flutuante recebe a quebra-de-caixa apenas pelo tempo em que passa efetivamente no guichê e esse tempo não reflete em verbas, tais como: 13º salário, horas extras, contribuições à Funcef, etc.
Um outro problema é a diferença de caixa. A APCEF/SP chegou a receber denúncias de empregados que trabalharam minutos no guichê e tiveram de pagar diferenças altas.
Existem, também, casos de caixas executivos que perderam a função, mas continuaram a assumir o guichê como flutuantes.

• Acordo Coletivo

A direção da Caixa havia comprometido-se, no Acordo Coletivo de Trabalho 2005/2006 para questões específicas da Caixa, assinado em 21 de outubro pela direção do banco e pela Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), a implantar, até 1º de janeiro, o cargo em comissão de caixa executivo, com a extinção do caixa flutuante.
A reivindicação, antiga por parte da representação dos empregados, havia sido acatada pela direção da Caixa, que abriria 7.600 vagas, das quais 3.900 seriam ocupadas pelos caixas efetivos. As demais seriam providas por meio de Processo Seletivo Interno (PSI).
Além disso, comprometeu-se, ainda, a definir, em negociações, os critérios para nomeação das vagas.
Após a assinatura do Acordo Coletivo para questões específicas, os debates continuaram a ser feitos dentro do processo de negociações permanentes.

• Viva Voz

É importante que os empregados manifestem sua indignação. Um dos meios é o canal institucional da Caixa, o Viva Voz. Pressionar o banco é uma maneira de tentar reverter essa situação.

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