Da Agência Fenae
Diante do protesto da Executiva Nacional dos Bancários e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), que não aceitaram que o processo de negociação fosse inviabilizado como inicialmente queria a empresa, a direção da Caixa Econômica Federal recuou e se dispôs a retomar as negociações específicas da Campanha Salarial Unificada de 2004 com base nos pontos já negociados antes da deflagração da recente greve dos bancários. O recuo da empresa ocorreu durante reunião realizada no dia 9 de novembro, em Brasília, com a representação nacional dos empregados.
O encontro começou com a Caixa afirmando que apenas repassaria os itens do Acordo Coletivo de 2003/2004 e que não foram julgados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), durante dissídio coletivo impetrado pela Contec.
A Executiva Nacional dos Bancários e a CEE-Caixa negaram-se a adotar esse procedimento, argumentando para isso que a empresa não poderia ignorar o fato de que assinou um pré-acordo e, devido a isso, deveria levar em conta que a referência de seus trabalhadores para a retomada das negociações era a proposta negociada antes da greve.
Também foi cobrada da empresa solução para os itens pendentes da Campanha Salarial de 2004, como reintegração dos demitidos pela RH 008, implantação do novo plano de benefícios da Funcef, alterações no PCS/PCC, concessão de auxílio alimentação aos aposentados, política de saúde, segurança bancária, Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon)/horas extras/jornada de trabalho, processo seletivo interno, isonomia para os admitidos após 1997 e representação dos empregados na gestão (Virep/Corep).
Os argumentos da representação nacional dos empregados levaram a Caixa a mudar a sua postura. Com isso, a empresa concordou em adotar a proposta negociada em mais de quatro meses de Campanha Salarial como referência para a retomada das negociações, não sem antes alegar que esses itens não serão limite nem mínimo nem máximo para as discussões com a Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT). Rodada de negociação entre as partes foi agendada para 17 de novembro, quarta-feira, às 15 horas, devendo ocorrer em Brasília.
• Compensação dos dias parados
Na reunião, a Executiva Nacional dos Bancários e a CEE-Caixa cobraram da empresa a imediata suspensão do processo de compensação dos dias parados, pois há denúncias de que gestores estão forçando empregados a assim procederem. Em resposta a essa solicitação, a Caixa comprometeu-se a encaminhar correspondência a todos os gestores do País, orientando-os a terem prudência e a aguardarem o fim do processo de negociação em torno do assunto. As regras e os critérios para essa compensação serão divulgadas apenas quando as negociações entre as partes estiverem concluídas.
• Avaliação
Na mensagem que divulgou após o encontro com a Caixa, a Comissão Executiva dos Empregados avalia que o retorno da discussão sobre o acordo negociado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) – inclusive a PLR – e sobre as cláusulas específicas “abre a possibilidade de não se concretizar o prejuízo decorrente do julgamento do dissídio coletivo no TST”. A mensagem também orienta os empregados a não aceitarem imposição de gestores para a compensação dos dias parados e recomenda que qualquer incidente a esse respeito seja denunciado aos sindicatos.
• Banco do Brasil
Na rodada que manteve em 9 de novembro com a Comissão de Empresa dos Funcionários, em Brasília, a direção do Banco do Brasil também recuou e decidiu manter todas as cláusulas da proposta negociada antes da greve. Serão mantidos pontos como cesta- alimentação, programa de alimentação, indenização por morte ou invalidez decorrente de assalto, auxílio-creche e auxílio filhos excepcionais ou deficientes físicos.
Na reunião, o Banco do Brasil alegou não ter ainda posição sobre o pagamento da PLR. Nova rodada de negociações foi agendada para 10 de novembro, em Brasília, a partir das 16 horas.