Não houve novidades na rodada de negociação permanente realizada em 13 de abril entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e a Caixa Econômica Federal, em Brasília (DF). A empresa voltou a apresentar proposta de revisão da atual estrutura salarial da carreira profissional, mudando muito pouco em relação à tabela preliminar apresentada em 26 de março.

Apesar de aumentar o piso, de R$ 5.030 para R$ 5.700, a nova proposta manteve o teto, que continua no patamar de R$ 8.315. Entre o menor e o maior salário, a amplitude da curva salarial, que antes era de 61%, passou a 46%. Ficam mantidos itens como estrutura com 36 referências salariais, oito horas de jornada para todos os trabalhadores e parametrização de salários, com base em pesquisa de mercado em bancos públicos e privados, além de órgãos estatais.

Para a implantação dessa nova tabela, as condições impostas pela Caixa permanecem iguais: desistência das ações colidentes e não pertencer ao plano REG/Replan da Funcef. Inclusive, a proposta apresentada ontem continua sem apontar para a perspectiva de incentivo rumo à ascensão na carreira, prevendo mudança de progressão aritmética crescente para progressão geométrica decrescente, com enquadramento por aproximação salarial.

Na proposta que apresentou na reunião, a Caixa retirou a possibilidade de migração para a nova tabela dos profissionais que não fizeram a opção nos anos de 2006 e 2008. A questão do orçamento foi utilizada pela empresa como fator de empecilho para a apresentação de uma proposta que contemple a valorização da carreira profissional, com perspectiva de ascensão e isonomia entre colegas que desempenham atividades semelhantes.

Essa postura, aliás, não leva em consideração a importância das funções e a relevância dos projetos assumidos pela Caixa no decorrer dos últimos anos, sobretudo em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao pacote habitacional. Os profissionais exercem papel fundamental no cumprimento dessas demandas, daí ser inconcebível que a empresa continue a não reconhecer o trabalho e o esforço desses profissionais para o adequado desempenho de suas atividades. Nesse contexto, é preciso que haja uma solução digna para a expectativa salarial de todos os segmentos da carreira profissional.

A Contraf/CUT – CEE/Caixa e os trabalhadores da carreira profissional avaliam que a proposta permanece insuficiente. As negociações com a Caixa vão prosseguir. As entidades nacionais representativas orientam para que os profissionais mantenham a mobilização por todo o país, com reuniões e assembléias em seus locais de trabalho, de modo a pressionar a direção da Caixa a apresentar um formato de estrutura salarial que acabe com as atuais distorções.

A representação nacional dos empregados orienta ainda os sindicatos a promoverem reuniões e assembléias no Brasil inteiro, com o indicativo de paralisação de 48 horas para os dias 28 e 29 de abril.

Nova reunião
Nova rodada de negociação permanente entre a representação nacional dos empregados e a Comissão Caixa, para discutir carreira profissional, foi agendada para o dia 22 de abril. A reunião será em Brasília, às 15h.

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