Da Agência Fenae
Na reunião de negociação com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), realizada em 10 de junho, a direção da Caixa Econômica Federal comprometeu-se a retomar o processo de negociações permanentes e resolver itens pendentes, depois que os representantes dos empregados cobraram maior seriedade com os compromissos assumidos na Campanha Salarial de 2004.
O início da reunião foi marcado por um impasse ocasionado pelo fato da Caixa buscar antecipar as discussões do programa de Participações nos Lucros e Resultados (PLR), com a intenção de implementar uma PLR semelhante ao antigo PRX, que favorecia os salários mais elevados e vinculava a distribuição dos lucros ou resultados a uma política de metas. Essa manobra, no entanto, foi rechaçada pela Comissão Executiva dos Empregados, que esclareceu que a PLR não estava pautada para as negociações permanentes e que a reivindicação dos empregados sobre o tema era a mesma definida pela categoria em seus fóruns.
Resolvido o impasse, com a definição de que a PLR não seria alvo de debate nas negociações permanentes, a Comissão Executiva dos Empregados apresentou uma lista de pontos pendentes e cobrou da empresa posição sobre os grupos de trabalho (GTs), além de uma solução para o problema dos tesoureiros e supervisores de retaguarda.
Após um balanço do processo de negociações permanentes em 2005, com os representantes dos empregados concluindo que o resultado continua muito aquém das expectativas, foram os seguintes os itens debatidos na reunião do dia 10:
• RH 008
Depois de cobrar a retomada dos trabalhos do GT RH 008, com maior disposição da empresa para resolver o problema em termos definitivos, a CEE-Caixa lembrou aos representantes da Caixa que a recente reintegração de parte dos demitidos pela RH 008 foi uma conquista positiva, mas resultado de negociação ocorrida em 2004, acrescentando que este ano o GT que debate o normativo não avançou em nada. Foi agendada para o dia 21 de junho a retomada das discussões no GT RH 008, devendo esta reunião ser realizada em Brasília.
• Funcef
A Caixa ficou de formalizar à diretoria da Funcef, entre o dia 10 e 13 de junho, sua proposta para implementação do novo plano de benefícios da Fundação. O GT tripartite (formado por representantes dos participantes, da patrocinadora e da fundação), que elaborou a proposta do novo plano, será convocado esta semana para reunião em Brasília, para debater a nova proposta.
• Plano de Cargos e Salários/Plano de Cargos Comissionados (PCS/PCC)
A empresa ainda não tem posição sobre a retomada dos trabalhos do GT sobre planos de cargos e salários e planos de cargos comissionados. A Comissão Executiva dos Empregados cobrou maior rapidez nesse processo e reivindicou que seja iniciada a discussão da nova estrutura desses planos.
• Processo Seletivo Interno (PSI)
A CEE-Caixa cobrou a imediata retomada dos trabalhos do GT PSI, lembrando que as discussões devem ser efetivadas no patamar em que ficaram paralisadas no ano passado. Foi agendada reunião desse grupo de trabalho para os dias 6 e 7 de julho.
• Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon)
A empresa afirmou que continua empenhada para interligar os sistemas corporativos no Sipon. A demora deve-se, de acordo com a Caixa, a limitações de sistema, voltando a acrescentar que se encontra em teste um software existente no mercado. Esse programa, caso seja aprovado, será adquirido para solucionar a demanda.
• Saúde
Os trabalhos do GT Saúde foram avaliados como positivos. Reunião está marcada entre os dias 22 e 24 de junho, em Brasília.
• Segurança
A Comissão Executiva dos Empregados voltou a cobrar a retomada dos trabalhos do GT Segurança Bancária, que também deverá buscar solução para as questões de assédio moral nas unidades. A data da próxima reunião do grupo de trabalho será definida posteriormente.
• Outros pontos
Na reunião, a Comissão Executiva dos Empregados apresentou à Caixa os nomes da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT)) para o GT que irá discutir o novo estatuto da Funcef. Também foi agendada rodada de negociação para debater a questão das horas extras.
A parte final da reunião ficou a cargo do vice-presidente de Finanças e Mercado de Capitais da Caixa, Fernando Nogueira da Costa, que apresentou aos representantes dos empregados os resultados da empresa em 2004/2005.
Na ocasião, entre outras coisas, Fernando da Costa disse que esses resultados são construídos por todos os empregados, mas dependem também de fatores externos como política de juros. Para ele, “a Caixa tem a possibilidade de ser um banco eficiente, mesmo cumprindo a sua missão social”.
Ainda durante a sua exposição, Fernando da Costa afirmou que a maior parte do resultado da Caixa provém da carteira de títulos públicos federais. Ele garantiu também que, no crédito consignado, a participação da empresa no mercado é de 30%.