Da Agência Fenae

Na primeira rodada de negociação específica da Campanha Salarial, a Caixa manteve uma posição de intransigência e rejeitou a maioria das reivindicações dos empregados como isonomia entre novos e antigos , pagamento do tíquete-alimentação aos aposentados, fim do voto minerva na Funcef, e definição de critérios para descomissionamento.

A reunião, realizada nesta sexta-feira, 10 de agosto, em Brasília, teve como temas Funcef, aposentados e carreira. Os primeiros pontos debatidos foram relacionados à Funcef. O coordenador da CEE-Caixa e vice-presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, cobrou solução para o contencioso jurídico, problema que vem se agravando a cada dia, por conta do elevado número de ações judiciais contra a Fundação, mas que na verdade são de responsabilidade da patrocinadora, porque foram originados pela política de recursos humanos da Caixa, como a cobrança do Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA).

Os representantes dos trabalhadores sugeriram a criação de uma comissão paritária para debater soluções para o contencioso jurídico, proposta que não foi aceita pela empresa. A Caixa também rejeitou reivindicação para acabar com o voto de minerva, que confere à patrocinadora o poder de decidir sobre um assunto em caso de empate na votação entre os integrantes do colegiado. Segundo os representantes da empresa, o voto minerva está previsto em lei e no estatuto da Funcef.

No quesito Funcef, a Caixa concordou apenas com a manutenção da campanha permanente de filiação, que vem sendo realizada conjuntamente com a Fundação e entidades sindicais e do movimento associativo.

Veja os demais pontos da negociação:

Isonomia – Os representantes dos empregados cobraram equiparação de direitos de todos empregados em relação à licença-prêmio e ao Adicional por Tempo de Serviço/ATS. A empresa não aceitou a proposta. Os trabalhadores informaram que neste sábado, acontece em São Paulo, um encontro nacional para discutir estratégia de mobilização em torno da luta pela isonomia.

Representante dos Empregados no Conselho de Administração
– Foi cobrada mudança no estatuto da Caixa, que prevê que somente os gestores podem ser candidatos a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da empresa. Segundo ele, esse critério é restritivo, excluindo quase 90% dos empregados do processo eleitoral. Os representantes da empresa alegaram que essa alteração não foi aprovada pelo Conselho de Administração e que irá levar a reivindicação dos trabalhadores para direção da Caixa.

Carreira

PSI – Os trabalhadores cobraram ajustes no formato Processo Seletivo Interno. Eles reconhecem a importância desse instrumento para encarreiramento, mas reivindicam transparência nos critérios e universalização das participações.

Descomissionamento – A Caixa não deixa claro para os trabalhadores quais os critérios utilizados para descomissionar e que esta medida vem sendo feita de forma unilateral, deixando a cargo do gestor a retirada de função.

Carreira de tecnologia – A Contraf-CUT CEE-Caixa cobrou atenção especial para a área de tecnologia, com a criação de cargos e funções específicas de TI com remuneração compatível com o mercado e outros órgãos públicos, implantação da proposta de carreira de TI que mantenha a possibilidade de 6 horas nas funções técnica e técnico-gerencial e migração para as novas funções sem PSI. A empresa informou que está desenvolvendo uma proposta de reestruturação da carreira, mas não estabeleceu um prazo para conclusão desse trabalho.

Contratação – A Caixa reassumiu o compromisso, firmado no acordo coletivo 2011, de ampliar seu quadro de pessoal para 92 mil empregados até 31 de dezembro deste ano. Para a Contraf-CUT CEE/Caixa o nível de contratações não tem acompanhado o ritmo de abertura de novas agências em todo o país, gerando sobrecarga de trabalho.

Mobilização

Segundo o coordenador da Comissão de Empregados da Caixa, Jair Pedro Ferreira, diante da intransigência da Caixa a melhor resposta dos trabalhadores é a mobilização.

Conforme Jair, os avanços na negociação só virão com a participação dos empregados nas reuniões nos sindicatos e locais de trabalho e o envolvimento com a campanha nacional. Os empregados da Caixa, segundo ele, devem somar-se aos demais bancários para, juntos, enfrentarem os bancos e arrancarem novas conquistas.

A próxima negociação da campanha nacional com a Caixa será sexta-feira, 17 de agosto, a partir 12 horas, e terá como pauta Saúde Caixa e saúde do trabalhador.

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