A Caixa divulgou, em 30 de maio, uma ação que visa, segundo o Comitê de Realocação Nacional, equalizar a força de trabalho do banco. O objetivo é transferir empregados da Matriz e das filiais para a rede de agências.

O diagnóstico é de que faltam empregados na rede, mais do que em outras áreas. A solução para o problema, porém, não parece fruto de um processo de planejamento, pois muitas perguntas importantes ficaram sem respostas e outros fatores, aparentemente, foram ignorados. Vejamos exemplos:

– As áreas que cederão empregados têm pessoas “de sobra”?
– As atividades desempenhadas por estes empregados em sua área são desnecessárias?
– O que acontece se um empregado “selecionado” para transferência aderir ao PDV? A unidade cedente perderá mais um empregado ou a recebedora ficará sem?
– Qual a previsão de gastos para a mudança dos empregados transferidos?
– Qual o treinamento previsto para o empregado transferido atuar na nova atividade?

Outro ponto que causou estranheza foi o cronograma. Confira:
– Dia 30: Caixa divulga orientações da Equalização da Força de Trabalho.
– Dia 31, até meio-dia: gestores repassam lista com empregados selecionados para realocação.
– Dia 31: gestores conversam com selecionados e os orientam a acessar o Portal de Realocação.
– Dia 3 de junho: vídeo streaming com equipes para falar sobre a reorganização.
– Até 6 de junho: os selecionados devem indicar a agência de seu interesse, a partir de unidades pré-selecionadas. Quem não se manifestar no Portal, a Depes definirá o ponto de venda recebedor.

A APCEF/SP tem notícias de que na lista de indicados da Ceopi constam 22 empregados a serem transferidos. Na Gipes/SP, 5 dos 35 empregados podem ir para pontos de venda. Um trabalhador, inclusive, teria sido descomissionado para se enquadrar no critério definido pelo banco. A Associação deve agendar reunião com a chefia da área para apurar o ocorrido.

Programa de Demissão Voluntária (PDV) – Um dia depois de encerrar o prazo para que o empregado escolha a nova unidade de trabalho, termina o prazo para aderir ao PDV.

A intenção da Caixa, com o PDV, é desligar cerca de 3.500 empregados, principalmente aqueles que atuam na Matriz e nos escritórios regionais. Coincidência? Ou mais uma forma de “incentivar” os trabalhadores da Matriz e filiais, áreas com média salarial maior e mais tempo de banco, a aderir ao Programa de Demissão?

A Caixa desconhece (assim como todos, já que o PDV ainda está em curso) quantos trabalhadores sairão destas áreas por meio do PDV e, mesmo assim, lança um programa de realocação, sem avaliar os impactos de cada uma das iniciativas nas áreas envolvidas.

Uma direção minimamente preparada não decidiria a reorganização sem informação do alcance do PDV.

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