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A negociação específica com a direção da Caixa, realizada nesta quarta-feira, dia 24, em Brasília, foi frustrante. Embora a reunião tenha sido solicitada pela própria empresa, a proposta apresentada na mesa ficou muito aquém do que os empregados reivindicam. Além de não contemplar questões prioritárias como condições de trabalho, isonomia, valorização do piso salarial, horas extras e promoção por mérito, o banco não garantiu o pagamento da PLR Social.

“Com essa posição intransigente, a Caixa está empurrando os trabalhadores para a greve. É fundamental a participação de todos os empregados nas assembleias para mostrar à empresa a nossa insatisfação com a falta de propostas concretas às nossas reivindicações”, destaca Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora o Comando Nacional dos Bancários nas negociações específicas com o banco.

Segundo ela, os empregados devem mobilizar-se na campanha salarial deste ano, não só por aumento real e PLR digna, questões que estão sendo debatidas na mesa única, mas também por valorização do Plano de Cargos e Salários (PCS), isonomia, contratação de pessoal, saúde e condições de trabalho e respeito à jornada de seis horas. “O momento é de mostrar nossa força”, atesta. Desde que teve início a Campanha Salarial 2014, esta é a quinta reunião específica realizada com a Caixa concomitantemente com a mesa unificada. Nas reuniões anteriores também não houve avanços nos itens pleiteados pela categoria.

A proposta apresentada nesta quarta-feira prevê a renovação da cláusula sobre ingresso na empresa (REF 202) e enquadramento após a conclusão do contrato de experiência (REF 203). A representação dos trabalhadores cobrou da Caixa que o índice da Fenaban para o piso salarial seja aplicado no PCS. Os negociadores negaram o pleito, alegando que o banco não adota o piso e possui um plano de carreira com 36 níveis.

Outro ponto debatido na reunião foi a promoção por mérito. A empresa não definiu até agora os critérios que serão usados. A CEE/Caixa argumentou que,como a sistemática não foi debatida em tempo hábil,a Caixa deve se comprometer a pagar dois deltas para seus empregados, em janeiro de 2015, a título de merecimento, com compromisso de fechar a próxima sistemática em março de 2015. A empresa ficou de analisar.

PLR Social
Os interlocutores do banco alegaram que não têm uma posição sobre a manutenção do pagamento da PLR Social porque o assunto está sendo negociado no Ministério da Fazenda. O benefício foi conquistado pelos trabalhadores durante a campanha salarial de 2010 e prevê percentual de 4% do lucro líquido para ser distribuído linearmente entre todos os empregados.

Os negociadores do banco também descartaram a discussão sobre a isonomia entre novos e antigos empregados.

Universidade Caixa
A Caixa propôs disponibilizar o acesso ao portal da Universidade Caixa pela Internet. Os representantes dos trabalhadores criticaram o posicionamento do banco. Segundos eles, essa proposta representa um retrocesso porque o movimento dos empregados tem lutado para que os cursos sejam feitos dentro da jornada de trabalho.

Graduação
A Caixa aceitou recolocar no acordo a concessão de bolsas de incentivo a elevação da escolaridade, sendo até 300 para graduação, até 500 para pós e até 800 para idiomas. Os interlocutores da empresa alegam que a procura por cursos caiu e ficaram de apresentar o estudo realizado para redimensionar o programa. A empresa havia suprimido o benefício de forma unilateral no primeiro semestre desse ano.

Fórum Condições de Trabalho
A Caixa entregou ao Comando a proposta de atuação do Fórum de Condições de trabalho, que será formado por representantes da empresa e da Contraf-CUT. Serão constituídos fóruns regionais e um fórum nacional, que terão como atribuição construir ações preventivas e para solucionar problemas relativos às condições de trabalho.

GT Saúde
O GT Saúde terá de apresentar até 15 de dezembro, com suporte de consultoria especializada, proposta de metodologia para utilização de superávit em benefício do Saúde Caixa. Ficou definido também que não haverá carência para atendimento em pronto socorro.

Confira outros pontos da proposta da Caixa:
– Manutenção, no Saúde Caixa, na condição de dependente indireto filhos/enteados com idade entre 21 e 27 anos incompletos que não possuam renda assalariada superior a R$ 1.800,00, sendo excluída a renda proveniente de pensão alimentícia.

– Manutenção, no Saúde Caixa, na condição de dependente direto, os filhos portadores de deficiência permanente e incapazes, com idade superior a 27 anos, enquanto solteiros e sem renda proveniente de salário.

– Renovação da cláusula que garante a isenção de anuidade dos cartões de crédito aos empregados.

– Manutenção do enquadramento dos empregados, no programa de relacionamento para redução dos juros do cheque especial.

– Para efeito de ausência permitida para levar filho ou dependente ao médico, será elevada a idade para até 18 anos e incluído o enteado

– Manutenção da sistemática de suplementação do auxílio doença pago pelo INSS.4

– Renovação da cláusula em que considera como de efetivo exercício os primeiros 15 dias de licença para tratamento de saúde do empregado.

– Será mantida a titularidade da Função Gratificada ou Cargo em Comissão, pelo período da licença de tratamento de saúde ou licença por acidente de trabalho até o limite de 180 dias.

– Isenção de tarifas para empregados ativos e aposentados.

– Garantia da continuidade da licença maternidade até o término do período previsto inicialmente, em caso de falecimento da mãe e sobrevida do filho.

– A Caixa propõe reescrever a cláusula referente a Licença Adoção, facultando a qualquer dos adotantes o gozo da licença, incluindo, ainda os 60 dias concedidos pelo programa “Empresa Cidadã. O outro adotante poderá gozar o período equivalente a licença paternidade.

– Ampliação para até três dias do descanso remunerado para os empregados que cumprirem um ciclo de trabalho em Agências Barco.

Assembleias
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela CEE/Caixa, orientou os sindicatos que representa em todo o País a realizarem assembleias nesta quarta e quinta-feira para rejeitar a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 30. A proposta dos bancos foi considerada insuficiente, tanto as cláusulas econômicas quanto os itens sociais. Novas assembleias organizativas da paralisação devem ser realizadas no dia 29.

Na capital, a assembleia será realizada na Quadra dos Bancários, às 19 horas. Nas demais bases, consulte o Sindicato para verificar local e horário dos encontros.

"É hora de prepararmos a mobilização. Só a força de toda a categoria garantirá avanços e melhorias nas propostas", lembrou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra.

Fonte: Agência Fenae

 

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