Os representantes dos empregados e da Caixa reuniram-se, em 22 de outubro, em mais uma rodada de negociação permanente, em Brasília. Veja os principais pontos tratados:

Reestruturação e fechamento de agências – Cobrada sobre o tema, a Caixa respondeu que as áreas que passam pelo processo (como Cetec, a Sufes, Geafe, Ceopa e SGE) só devem “virar a chave” após o fim dos processos de transferência dos empregados.
Questionada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) do cronograma e organograma de algumas destas áreas, como a estrutura da Vicat, a Caixa admitiu que não os possui. Disse que as transferências seriam apoiadas pelo agente de realocação. A CEE cobrou apoio da Matriz no processo, que é realizado localmente pelas Gipes, área que perdeu muitos empregados.
Questionada sobre o fechamento das agências após o atendimento do FGTS, a Caixa disse que não está previsto para este ano, mas não garantiu que não fará no próximo.
A representação dos empregados cobrou a Caixa outras respostas sobre a reestruturação, inclusive de áreas que estão sob risco de cisão/privatização, como a Viart. Sobre a Viart, a Caixa respondeu que algumas unidades estão indo para Brasília, com mandato. Disse que a equipe de realocação atende aos empregados que não quiserem ser transferidos e quem quiser tem a vaga garantida. Sufes e a Geafe irão pra Brasília. A Gedef fica. A Ceopa será transferida e agregará novas atribuições. Deve ir para o Matriz I. Os empregados falaram, então, que continuaria em São Paulo o “core”do DTVM. A Caixa assentiu. Os empregados questionaram como ficaria a situação funcional dos empregados da DTVM. A Caixa respondeu que, enquanto subsidiária integral, os empregados são cedidos, mas mantém o vínculo com a Caixa. Os empregados questionaram como ficaria a situação dos empregados após abertura de capital. A Caixa não soube responder. Questionada sobre a Cetec, a Caixa respondeu que deve ir pra Brasília a área responsável pelo Pedes.
Questionada sobre abertura de capital, a empresa respondeu que, no início do ano, está prevista a abertura de capital das áreas de cartões e seguridade e, posteriormente, a área de Asset.

FGTS – A representação dos empregados cobrou detalhes do novo calendário divulgado.
A Caixa respondeu que haveria abertura estendida dia 25 e 28, além da abertura no sábado (26). Cobrada pelos trabalhadores quanto às dispensas de empregados aos sábados antes do fim do expediente, a Caixa confirmou a denúncia, pois a jornada média registrada aos sábados é inferior a cinco horas e comprometeu-se a orientar as chefias a definir previamente a jornada.
Comprometeu-se, também, a avaliar uma forma de uniformizar a orientação para a compensação das extras dos gerentes gerais que trabalharem aos sábados.
A CEE cobrou o posicionamento do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em defesa da instituição frente às declarações de Rodrigo Maia, que acusou o banco de roubar dinheiro dos trabalhadores ao realizar a administração do FGTS. Os representantes da Caixa comprometeram-se a encaminhar a demanda à direção da empresa.

Saúde Caixa – Os representantes da Caixa entregar à representação dos empregados o relatório de administração do Saúde Caixa. A CEE questionou os números apresentados a partir de 2013.
As informações não coincidem com os valores apresentados ao Grupo de Trabalho e ao Conselho de Usuários.
Questionou, ainda, a forma de cálculo do superávit, que quebra a proporção do custeio de 70/30 no valor que excede as despesas, ou seja, só contabiliza no superávit as contribuições dos empregados.
A CEE cobrou detalhamento de informações como a distribuição da coparticipação, evolução mensal das despesas e receitas, casos de usuários que ultrapassam o teto de coparticipação, entre outras, fundamentais para as discussões da sustentabilidade do plano.
A Caixa respondeu que, a partir da apresentação do relatório, pode aprofundar os debates e atender as demandas.

Saúde do trabalhador – A CEE questionou a Caixa sobre a pesquisa aplicada entre os empregados para identificar trabalhadores que se enquadrariam como Pessoas com Deficiência (PcD).
A direção da Caixa argumentou que, além de auxiliar na “meta” prevista do percentual de PcD, a iniciativa busca adequar os postos de trabalho dos empregados que tiverem esta necessidade.
Não respondeu, porém, porque ainda não o fez com os recém-admitidos como PcD. Há casos de trabalhadores com limitação motora lotados em agências com mais de um pavimento e que não têm acesso, por exemplo, ao refeitório da agência, almoçando todos os dias no quartinho dos vigilantes.
Cobrada do fim da GDP, a direção da Caixa respondeu que o programa deve ser usado como parâmetro em todas as políticas de RH. Quando questionada porque classificados como excepcional ou superior foram descomissionados, inclusive no Revalida, não soube explicar o motivo.

Funcef – A representação dos empregados questionou a Caixa sobre a quebra da paridade nas contribuições extraordinárias do REG/Replan não-saldado. Atualmente, os participantes do plano contribuem com cerca de 60% das contribuições extraordinárias e a Caixa com os 40% restantes. A Caixa respondeu que cumpre estritamente o que foi definido pela Funcef.
A CEE cobrou, também, que a Caixa assuma os custos de condenações impostas à Funcef em decorrência de demandas judiciais com origem na relação trabalhista do participante com a Caixa, já que são fruto da política de RH da empresa.
A CEE cobrou a instalação do Grupo de Trabalho (GT) acordado em 2015 para discutir o tema. A Caixa, mais uma vez, disse que a decisão de não instalar o GT foi da Fundação. A CEE cobrou a responsabilidade da Caixa, já que a empresa indica metade da Diretoria e do Conselho da Fundação, além de ter a prerrogativa de utilizar o voto de desempate nos casos em que há empate. Neste sentido, a CEE afirma que a Caixa não pode se esquivar de suas responsabilidades nestes dois casos.
A CEE questionou a Caixa ainda sobre o processo de incorporação do REB pelo Novo Plano. A Caixa respondeu que o Ministério da Economia rejeitou a proposta de incorporação, que já havia sido aprovado tanto pela Caixa e pela Funcef, em função de restrições orçamentárias. A CEE cobrou que seja buscada uma nova alternativa para o tema.

Greve Geral – Cobrada pela CEE do não desconto e exclusão dos reflexos funcionais do dia da greve geral (14 de junho de 2019), a Caixa negou a reversão do desconto e disse que ainda não concluiu internamente as discussões sobre a não aplicação dos reflexos.

Promoção por Merecimento – Os representantes da Comissão Paritária que debate a Promoção por Mérito apresentaram a proposta discutida no fórum que prevê sistemática com os seguintes critérios: frequência (15 pontos), PCMSO 5 pontos), capacitação (20 pontos), iniciativas de autodesenvolvimento (10 pontos) e avaliação de competências (20 pontos). Os empregados que atingirem 40 pontos conquistam um delta e o segundo delta é distribuído aos que obtiverem as maiores pontuações na unidade, conforme o orçamento disponível, em um processo semelhante ao aplicado entre 2015 e 2017. A CEE cobrou a Caixa da não incidência dos reflexos da greve geral para os empregados também na promoção mérito. A Caixa informou que trará resposta à demanda no dia 29.

Problemas de RH – Foram pautados pelos empregados os problemas com tíquete alimentação e refeição e problemas na folha de pagamento. A Caixa respondeu que houve uma inconsistência no crédito dos benefícios que impactou cerca de 1.500 empregados, que foi solucionado em 19 de outubro, às 11 horas. Com relação à folha, a Caixa informou que, devido ao E-Social, o lançamento de ocorrências do mês corrente (como desconto do adiantamento de férias, por exemplo) foram postergados para o mês seguinte.

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