Por Meire Bicudo – CNB/CUT
Os correspondentes bancários são uma das formas mais gritantes de terceirização e vem ampliando-se muito nos últimos anos por meio de convênios.
O governo federal é conivente com a situação na medida em que mantém o processo de bancarização nos mesmos moldes dos governos anteriores. “A chamada bancarização teve início do governo Fernando Collor, foi mantido e intensificado por Fernando Henrique e no governo Lula não houve qualquer mudança” – criticou o presidente da Confederação Nacional dos Bancários, Vagner Freitas.
Ele destacou ainda que sequer o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central foi substituído. Sérgio Darcy da Silva Alves era integrante do governo Fernando Henrique e permanece no cargo até hoje. “Queremos que o governo democrático e popular altere a forma de tratar o tema. A bancarização, como vem sendo conduzida, só gera desemprego, precarização e um serviço de péssima qualidade para a população em geral. Os bancos estão criando clientes de segunda classe. Eles deveriam ser atendidos nas agências bancárias, como qualquer outro cliente, de maneira adequada e com segurança” – criticou Freitas.
Um exemplo disso foi o convênio anunciando no último dia 18, entre a Caixa e o Sindicato Nacional dos Aposentados, ligado à Força Sindical, que será lançado em 29 de março. A informação foi confirmada pela direção da Caixa Econômica Federal e pelo convênio aquele sindicato passará a prestar serviço de correspondente bancário.
O trabalho, ao invés de ser realizado por bancário, utilizará funcionários da própria instituição, sem qualquer treinamento prévio ou em local adequado para o atendimento.
“Não somos contrários a levar o crédito e outros serviços bancários para todos de forma acessível, mas precisa ser feito de maneira adequada, respeitando a população e os trabalhadores, isso se faz com funcionários preparados para o atendimento e com segurança. Além disso, a Caixa está entregando uma atividade-fim, que é tipicamente bancária, para terceiros, isto é contra a lei” – denunciou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Plínio Pavão.