Após questionamento feito pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), a Caixa Econômica Federal informou que efetuou adequações na Lotação Autorizada de Pessoal (LAP). Na prática, isso significa a extinção de vagas que foram deixadas pelos trabalhadores que saíram do banco por meio do Plano de Apoio à Aposentadoria realizado este ano. Na resposta, a Gerência Nacional de Informações Corporativas e Negociação Coletiva (GEING) alegou que a medida ocorreu em todas as unidades para atender determinações do Ministério do Planejamento.
Para a CEE, esse posicionamento da empresa é um desrespeito. “ Em outubro do ano passado, quando o ACT 2014/2015 foi assinado, havia autorização para a Caixa ter 103 mil empregados. Na época, o banco contava com 101 mil trabalhadores, quantitativo já considerado insuficiente para atender a demanda. A saída de mais de três mil empregados com o PAA agravou ainda mais essa situação”, destaca Fabiana Matheus, coordenadora da comissão e diretora de Administração e Finanças da Fenae. Segundo ela, independentemente da posição da Caixa, a luta por mais empregados será intensificada.
O presidente da Federação, Jair Pedro Ferreira, ressalta que a empresa tem condições de reforçar o quadro de pessoal. “Basta frisar o lucro líquido acumulado entre janeiro e setembro, que foi de R$ 6,5 bilhões, sendo R$ 3 bilhões apenas no terceiro trimestre. A Caixa tem sido essencial no desenvolvimento econômico e social do Brasil nos últimos anos. Reduzir os postos de trabalho é uma forma de enfraquecer a instituição, o que não podemos aceitar”, avalia.
#MaisEmpregadosJá
Enquanto a realidade nas unidades de todo o país é de empregados sobrecarregados e mais doentes, e de clientes e usuários sofrendo à espera de atendimento, cerca de 30 mil aprovados no concurso público de 2014 continuam aguardando convocação. Neste ano, mais de 3 mil trabalhadores do banco deixaram a empresa por meio do PAA.
Nesta quarta-feira (25), a Caixa deve protocolar, no Ministério Público do Trabalho, um cronograma de contratações dos aprovados no concurso público realizado em 2014 ou um estudo em que dimensione as contratações a serem feitas até dezembro deste ano, como prevê a cláusula 50 do ACT 2014/2015, ou até junho de 2016, quando termina a validade do certame. A exigência foi feita pelo procurador Carlos Eduardo Brisolla.
Também está sendo apurada pelo Ministério Público do Trabalho denúncia de não cumprimento pela Caixa da Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência Física, os PCD’s. A procuradora Ana Cláudia Monteiro recebeu, nesta segunda-feira(23), uma comissão de concursados e o assessor jurídico da Fenae, Paulo Roberto Alves da Silva. Na oportunidade, os aprovados repassaram à procuradora do trabalho documentos relatando o problema.
Abaixo-assinado
Uma das ações para forçar a Caixa a contratar mais empregados é a coleta de apoio ao abaixo-assinado, em todo o país. O objetivo é chegar a 100 mil assinaturas até o final de janeiro.
>> Caso tenha interesse em participar da campanha, imprima aqui o abaixo-assinado