Já tem alguns dias que o boato de fechamento de unidades vem se espalhando e causando questionamento e insegurança entre os empregados, o que motivou a Contraf-CUT a solicitar uma reunião específica do tema em meio a campanha nacional dos bancários.

A reunião aconteceu nesta terça-feira, 25 de junho, e trouxe parte das respostas que os empregados da rede almejam, além de terem sido atendidas parte das reivindicações dos representantes dos empregados. Dentre as principais, a de que não haverá perda de função, ou remuneração, dado que o porte das agências digitais será 3, e as agências fechadas 3, 4 e 5. Quanto às transferências, para aqueles que não forem para as digitais, ficarão em agência próxima à que for fechada para que não haja maiores deslocamentos.

Quanto às funções de caixa, tesoureiro, avaliador de penhor e gerente PJ, não haverá postos nas unidades digitais, sendo também remanejados para agências próximas às fechadas. Uma outra reivindicação é que os empregados possam escolher permanecer em atendimento presencial, caso não se adaptem ao atendimento digital, e essa possibilidade será atendida.

Restaram informações importantes às quais os representantes ainda não tiveram acesso, como onde serão instaladas as agências digitais e qual o formato exato do trabalho nestas unidades.

“Levantamos essa preocupação, pois as agências digitais que existem hoje passaram por processos de tentativa e erro quanto à estrutura e formato de medição de trabalho, o que até hoje não está redondo. Há agências em locais insalubres e há reclamações quanto à métrica de mensuração, e nós cobramos que esse processo resolva situações como essa, pois há o risco de se agravarem”, explicou a diretora a Apcef/SP, Vivian Sá.

O coordenador da mesa de negociação, Rafael de Castro, ressaltou a importância de a Caixa se manter presente na sociedade, visto que não é um simples banco. Disse ainda que o fechamento de unidades físicas não ajuda neste processo, mas que é muito importante a Caixa investir em tecnologia e adequar o atendimento digital. “Apenas migrar para o digital não garante disputar clientes com os demais bancos. É preciso oferecer produtos com foco naquilo que é o nosso carro chefe, que é o atendimento social a uma enorme massa de pessoas, ávidas pelos serviços que nós podemos oferecer, mas acabamos perdendo parte deste público por carência de pessoal e infraestrutura das agências”, disse.

Os representantes dos empregados solicitaram que o debate em torno do tema seja retomado em mesa de condições de trabalho, para que os desdobramentos sejam tratados com a participação dos sindicatos. “A lista das agências não foi passada, mas a Caixa afirma que farão contato com os superintendentes e gerentes gerais nos próximos dias, e que haverá comunicação formal aos clientes de todas as formas, cartas, aplicativos, nas agências, etc.”, explicou Vivian de Sá.

Também haverá equipes multidisciplinares para atender os empregados da Caixa. O representante da Fenae na mesa, Sérgio Takemoto, ressaltou que o banco precisa ser proativo, e não apenas receptivo. “pois todo fechamento de unidade é bastante traumático”.

“Não vemos o processo do encerramento das atividades de 128 agências de atendimento presencial como positivo, independente do número de habitantes de cada cidade, do número de contas de cada um delas, ou da estratégia de não atendimento que o sistema bancário vem adotando. Entendemos que a Caixa faz falta na sociedade e podemos apontar 128 locais no país onde uma agência poderia abrir e ser referência para a população. De todo modo, estamos em contato permanente com a empresa para defender que os trabalhadores não sejam afetados negativamente, nem quanto à renda, deslocamento, seu desenvolvimento na carreira, ou qualquer situação que surja neste processo.”, reforçou a diretora da Apcef/SP presente na mesa de negociação.

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