Nesta sexta-feira, 12 de janeiro, a Caixa completa 157 anos de existência. Justamente na semana de seu aniversário o único banco 100% público do país sofre diversos ataques na grande imprensa.
Essas notícias e artigos tentam convencer a população a aceitar o plano de privatização da Caixa e de outras estatais. O atual presidente, Michel Temer, ressuscitou os projetos de vendas e concessão de empresas públicas que havia começado na década de 1990. No entanto, quando se trata das maiores estatais como a Caixa e a Petrobras, a resistência ainda é forte contra a privatização.
Por isso que jornais, portais de notícia, emissoras de TV e rádio estão em clara campanha contra estas empresas. Um exemplo é a entrevista publicada nesta quinta-feira (11) no jornal O Estado de S. Paulo onde Marcos Lisboa, presidente do Insper, diz que ter um banco publico como a Caixa não vale a pena para o país.
Tais declarações parecem ignorar os números do banco e a transformação causada na sociedade brasileira através dos programas sociais operados por ele. A caixa é responsável por 70% dos financiamentos do país, com carteira superior a R$ 420 bilhões. Além disso, desde 2009 é o operador do Minha Casa, Minha Vida, programa que já beneficiou mais de 3,3 milhões de famílias, entregou, em média, 1.200 casas por dia e gerou 1,2 milhão de empregos.
A instituição administra atualmente R$ 487,3 bilhões do Fundo de Garantia, que, além de socorrer trabalhadores em momentos de dificuldade, já financiou obras de infraestrutura urbana em mais de 4 mil municípios. O banco 100% público ainda paga bilhões de Reais em benefícios do Bolsa Família, Seguro-Desemprego, PIS, Abono Salarial, aposentadorias e pensões do INSS.
Apenas no primeiro semestre de 2017, a Caixa registrou lucro líquido de R$ 2,6 bilhões no 2º trimestre deste ano. Tem mais de 80 milhões de correntistas e poupadores e é líder no mercado imobiliário. Em junho, a carteira de crédito do banco somava R$ 715,9 bilhões, 3,5% maior que há 12 meses, com participação de mercado de 22,8%.
Não é atoa o interesse da iniciativa privada em abocanhar uma quantia tão grande de dinheiro. As maiores instituições financeiras do país veem no desmonte do banco uma das melhores oportunidades de crescimento que poderiam ter.
A Caixa nasceu em 1861 para ser “o cofre seguro das classes menos favorecidas” e isso definiu seu papel até os dias de hoje. Já nos primórdios da República ajudou a incorporar ao sistema bancário os novos cidadãos de uma sociedade cada vez mais assalariada e urbana.
O Brasil ainda tem um longo caminho pela frente para se tornar um país mais desenvolvido e igualitário. E a Caixa já mostrou que continua sendo uma das melhores ferramentas neste processo. É por este motivo que a defesa do banco 100% público é tão urgente, sua importância define muito mais do que a vida de seus milhares de empregados, mas de todo o povo brasileiro.