Durante rodada de negociação com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), na capital paulista, em 14 de março, a direção da Caixa Econômica Federal comprometeu-se a voltar a pagar o auxílio-alimentação para os empregados que se aposentaram até fevereiro de 1995. O benefício havia sido suspenso pelo banco no mesmo ano.
A proposta da Caixa é de fechamento de acordo sobre esta reivindicação, contemplando, também, os aposentados (até fevereiro de 1995) que não ingressaram com ação judicial, desde que eles encaminhem requerimento à empresa até 30 de junho deste ano.
• Negociação com os aposentados
No encontro, os representantes da Caixa comprometeram-se, ainda, a encaminhar voto, em 16 de março, para ser apreciado na reunião do Conselho Gestor da empresa.
O voto tem por objetivo abrir o processo de negociação com os aposentados e aponta, também, para o imediato restabelecimento do pagamento do auxílio-alimentação para aqueles que desistirem de suas ações contra a empresa.
Na maioria dos casos, os aposentados vão receber parte dos valores atrasados, de acordo com a instância em que o processo judicial estiver tramitando.
• Avaliação da CEE-Caixa
Para a CEE-Caixa, houve avanços na negociação, já que a proposta feita pela direção do banco repara, parcialmente, a injustiça sofrida pelos aposentados durante este período.
Contudo, a representação dos empregados assegurou que continuará a reivindicar a extensão do acordo para os que se aposentaram após fevereiro de 1995. “Vamos continuar a mobilizar os aposentados que se enquadram nesta situação e a orientá-los a ingressarem na Justiça” – comentou o coordenador da CEE-Caixa, Plínio Pavão.
• Abaixo-assinados
Na reunião de 14 de março, a CEE-Caixa entregou aos representantes da Caixa os abaixo-assinados que exigem a retomada das negociações permanentes, com prioridade para os itens que tratam da reintegração dos empregados demitidos pela RH 008, da implantação do novo plano de benefícios da Funcef e da reformulação do Plano de Cargos e Salários (PCS) e do Plano de Cargos Comissionados (PCC). Mais de sete mil empregados subscreveram o documento em todo o País.
• Reunião de 14 de março: leia sobre itens discutidos
Saiba mais sobre os itens abordados na reunião de 14 de março:
– RH 008
Foram acertados os termos do voto a ser apreciado pelo Conselho Gestor para a readmissão dos empregados atingidos pela RH 008. A prioridade será dada para os casos dos trabalhadores que ingressaram com ação judicial e obtiveram liminar contra a dispensa. Os demitidos que negociarem terão direito a receber todos os encargos do período em que estiveram afastados, excluindo-se as verbas salariais.
– Horas extras
A CEE-Caixa protestou contra a circular assinada pelo vice-presidente de Logística do banco, Paulo Bretas, e pela diretora de Recursos Humanos, Diva Dias. No documento, a Caixa exige das áreas maior empenho na compensação das horas extras decorrentes da greve e menciona a possibilidade de desconto de eventual saldo dessas horas até 31 de maio. Diante disso, a representação dos empregados reiterou o pedido de levantamento das horas extras pela empresa. O assunto voltará a ser discutido na próxima reunião.
– Segurança
Foi cobrada da direção da Caixa a retomada das negociações sobre segurança bancária. Os representantes do banco ficaram de agendar uma data para o retorno das atividades do grupo de trabalho (GT), principalmente depois das recentes ocorrências no ABC paulista, em Belo Horizonte (Minas Gerais) e na Bahia.
– Grupos de trabalho
Foram agendadas reuniões de dois grupos de trabalho.
O GT Sipon/horas extras/jornada de trabalho volta a reunir-se no próximo dia 29, em Brasília.
A reunião do GT Saúde foi marcada para a semana de 21 a 24 de março. Ainda neste período, a Caixa deve realizar reunião entre as áreas de Recursos Humanos e Tecnologia para definir a forma de melhor implantar a interligação dos sistemas com o ponto eletrônico.