No início deste mês, a Caixa apresentou aos seus empregados um pacote que está longe de ser visto como um presente.
As medidas preveem mudanças na rede de atendimento, aplicando a verticalização a todos os gerentes, aprofundando a segmentação com a criação de agências ou ambientes para atendimento exclusivo para determinados perfis e mudanças na gestão das agências, com impactos para atividades como tesouraria e os caixas.
Por si, as medidas anunciadas contradizem as declarações do presidente da empresa, Pedro Guimarães, feitas na apresentação do balanço da empresa no terceiro trimestre, quando, ao ser questionado da perda de mercado da instituição, afirmou que “a Caixa não concorre com os bancos privados”. A linha do modelo proposto é um copy-paste do modelo aplicado pelas instituições financeiras privadas.
A direção da Caixa trouxe aos empregados mais dúvidas do que certezas ao apresentar estas mudanças. Ao propor um novo modelo, mas sem detalhar o formato, o cronograma, definir objetivos contraditórios com as declarações do presidente e não trazer concretamente os impactos aos empregados envolvidos, a empresa demonstra uma aparente falta de rumo. O destino desejado pela direção da empresa, porém, parece cada vez mais claro. E não parece nada virtuoso.
A APCEF/SP encaminhou ofício, em 3 de dezembro, cobrando da direção da Caixa esclarecimentos sobre este processo. Se a empresa segue os valores previstos em seu próprio Código de Ética, o mínimo que deve fazer é prestar os esclarecimentos e cumprir a cláusula 48 do Acordo Coletivo de Trabalho, discutindo com os trabalhadores o impacto de processos de reestruturação.
Mais cobrança – A Contraf-CUT entrou em contato com a Caixa reivindicando uma reunião para esclarecer e debater a possível reestruturação do banco.
Em contato por telefone, a direção do banco não confirmou as mudanças, alegando que se tratava apenas de um teste para ver a opinião dos empregados e que nenhuma alteração foi votada ainda. E agendou reunião apenas para 15 de janeiro.