Da Agência Fenae 

Protocolo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho será assinado entre a Contraf-CUT e a Fenaban nesta quarta-feira (26), em São Paulo, com o apoio de mais de 50 sindicatos de bancários de todo o País. Trata-se de uma das principais conquistas da campanha salarial 2010

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira, dia 24 de janeiro, que pretende participar do ato de assinatura do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2010/2011, que estabelece o programa de combate ao assédio moral nas instituições financeiras. A cerimônia, prevista para quarta-feira, dia 26 de janeiro, em São Paulo, envolve a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Com essa decisão, a Caixa se une a bancos como Bicbanco, Bradesco, Citibank, Itaú Unibanco, HSBC, Safra, Santander e Votorantim, que já haviam confirmado a adesão. Os bancos que assinarem esse acordo, cuja adesão é espontânea, comprometem-se a declarar explicitamente condenação a qualquer tipo de assédio.
Esse acordo define um canal específico para apurar as denúncias de assédio moral contra bancários. Fica prevista avaliação semestral do programa com apresentação, pela Fenaban, de dados estatísticos setoriais e criação de indicadores para avaliar desempenho. Depois de recebida a denúncia, os bancos têm 60 dias corridos para apurá-la e prestar esclarecimentos à entidade sindical.
O combate ao assédio moral em unidades bancárias é uma das principais conquistas da campanha salarial 2010. 
A Contraf-CUT considera esse momento histórico, resultado de muitos anos de luta da categoria bancária. O presidente da entidade, Carlos Cordeiro, denuncia que os bancos aplicam metas abusivas para a venda de produtos aos clientes, muitos desnecessários para a vida das pessoas, apelando para situações de pressão, constrangimento e humilhação no trabalho, que trazem estresse, adoecimento e depressão. Ele acrescenta ainda que "as doenças mentais são hoje uma das principais responsáveis pelo afastamento do trabalho e inclusive vários bancos já foram condenados em ações judiciais ao pagamento de pesadas indenizações". 
De acordo com Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT e empregado da Caixa, "as doenças físicas e psíquicas vêm crescendo de forma assustadora na categoria. Atualmente, a cada mês, 1.200 bancários em média são afastados por auxílio-doença concedido pelo INSS, dos quais a metade por transtornos mentais e por Lesões por Esforços Repetitivos (LER/Dort)". Para ele, os transtornos mentais vão desde uma pequena depressão até tentativa de suicídio: são doenças comprovadamente geradas ou agravadas pelo atual modelo organizacional dos bancos, onde imperam a pressão brutal por cumprimento de metas excessivas e o assédio moral.

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