Da Contraf-CUT

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou, na tarde de hoje, dia 3, uma nova proposta durante a sétima rodada de negociações: o reajuste salarial seria de 2,85%, o que repõe a inflação, mas não traz um centavo de aumento real. O índice também corrige as demais verbas salariais. A primeira proposta previa 2% de reajuste.
A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) também tem proposta nova. A Fenaban diz que paga 80% do salário mais R$ 823 de parte fixa, além de um adicional de R$ 750 para os funcionários dos bancos que tiverem crescimento de pelo menos 20% no lucro líquido.
A proposta anterior previa o pagamento de 80% do salário mais R$ 816, acrescidos de R$ 500 para os bancários de instituições que tiverem crescimento de pelo menos 25% do lucro líquido.

• Comando Nacional indica rejeição da proposta e greve

O Comando Nacional, reunido logo após ao encontro com a Fenaban, indica greve geral por tempo indeterminado e rejeição da proposta apresentada pelos banqueiros, que não traz aumento real e corrige a PLR abaixo da lucratividade que os bancos tiveram no período.
O Comando Nacional orienta que as assembléias que vão ocorrer até amanhã rejeitem a proposta apresentada pela Fenaban e decretem greve por tempo indeterminado.
“Vamos partir para a greve e ela tem de ser forte, com todos os sindicatos envolvidos. Os bancários precisam mostrar sua força para mudar essa proposta da Fenaban que não traz aumento real e corrige a PLR em valores muito inferiores ao seu aumento de lucratividade” – afirmou presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vagner Freitas

• Negociações com a Caixa avançam pouco

Pela primeira vez desde o início das negociações complementares com a Caixa nesta campanha, houve alguns avanços.
No encontro desta terça-feira, dia 3, o banco apresentou algumas propostas para corrigir o Plano de Cargos Comissionados (PCC). Na avaliação dos bancários da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), entretanto, as propostas da Caixa são pequenas diante das reivindicações dos trabalhadores.
Nas negociações, o banco aceitou aumentar a comissão dos cargos de caixa Retpv, que serão criados. A empresa ampliou sua proposta de R$ 226 para R$ 299. O piso de mercado é de R$ 1.450. “O diferencial é que a Caixa está criando um cargo em comissão. Antes, a função era ocupada por um caixa flutuante, que recebia apenas pelo período trabalhado. Seus ganhos não incorporavam em direitos, como as férias, por exemplo” – explicou o diretor da Contraf-CUT e coordenador da CEE-Caixa, Plínio Pavão.
A Caixa também confirmou a extinção do cargo de gerente júnior. Os atuais ocupantes da função passarão a ser gerentes de atendimento ou de relacionamento. A transição seria feita em seis meses e quem for assumir o cargo agora passa pelo estágio, também de seis meses, e em seguida assume a função de gerente de atendimento ou relacionamento.

– Avaliadores de penhor

A Caixa também apresentou novidades para os avaliadores de penhor, hoje divididos em júnior e pleno. O banco se compromete a criar um novo nível (sênior), que seria enquadrado como TA7, cujo piso é de R$ 4.066 e a gratificação R$ 1508.
A empresa também assume o compromisso de criar 180 vagas a partir de 1º de janeiro, sendo 126 delas com jornada de oito horas e o restante de seis. Até o fim de 2007, o banco ampliaria para 300 vagas. “Cobramos da Caixa que faça o desmembramento de função. Ou seja, que o avaliador seja só avaliador e não caixa. O banco disse que tem uma proposta de reestruturação para o cargo, mas não nos apresentou agora” – explicou Plínio.

– Funções técnicas e de assessoramento

Para as funções técnicas e de assessoramento ligadas à matriz e às filiais, a Caixa se propôs a criar mais cinco faixas horizontais dentro dos cargos júnior, pleno e sênior. Os atuais funcionários seriam enquadrados hoje na faixa um e promovidos até a seis. A variação salarial em cada faixa é de 2%, sendo que do nível um ao seis a diferença é de 10,41%.
A promoção seria feita em janeiro de cada ano, sendo que a primeira já seria em 2007, com a promoção de 30% dos empregados em função técnica, que hoje somam mais de 16.500.
“De uma forma geral, as propostas são boas, mas ainda insuficientes diante da nossa demanda. Precisamos avançar muito mais nas negociações com a Caixa, pois temos reivindicações importantes como a melhora da nossa PLR, a isonomia entre os novos e antigos técnicos bancários, a extensão do auxílio-alimentação para os aposentados e as promoções por merecimento” – detalhou Plínio.

• Assembléias em 4 de outubro

Amanhã, dia 4, serão realizadas assembléias em todo o País para apreciação da proposta.
Consulte o sindicato de sua base, informe-se sobre local e horário e participe!
Unidos, conquistamos mais!

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