Da Agência Fenae
Lutas e negociações unificadas nos bancos públicos e privados, com cada um cumprindo o seu papel, vão nortear neste ano a campanha nacional unificada dos trabalhadores do ramo financeiro, a primeira com este perfil desde a criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). Foi para trilhar este caminho que os delegados e as delegadas da 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, encerrada neste domingo (30 de julho), na capital, ratificaram a estratégia de campanha nacional unificada, com mesa única com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e mesas concomitantes para discutir as questões específicas, sobretudo na Caixa Econômica Federal, no Banco do Brasil, no Banco do Nordeste (BNB) e no Banco da Amazônia (Basa). O evento contou com a participação de 811 bancários de todo o País.
O calendário de mobilização será definido pelo Comando Nacional dos Bancários, composto de 21 membros (um representante da Contraf/CUT, um representante de cada uma das federações e um representante dos 10 maiores sindicatos do País). Para tanto será levado em consideração as mesas de negociações gerais e específicas. A campanha nacional dos trabalhadores do ramo financeiro tem como mote a união e a conquista, sintetizada no slogan “Unidos, conquistamos mais”.
Na edição deste ano de sua campanha nacional, os trabalhadores do ramo financeiro vão reivindicar índice de reajuste de 7,05% de aumento real, mais a inflação do período de 1º de setembro de 2005 a 31 de agosto de 2006.
Foram aprovados, ainda, além de aumento real nos salários, eixos gerais como a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional doTrabalho/OIT (proíbe a demissão imotivada), uma Participação nos Lucros e Resultados melhor (um salário com um valor fixo e mais 5% do lucro líquido linear – os valores serão definidos pelo Comando Nacional), o fim do assédio moral, o fim das metas abusivas, a isonomia para todos os trabalhadores e trabalhadoras, melhores condições de saúde e de segurança e igualdade de oportunidades e de gênero.
Foi aprovada, ainda, cláusula sobre remuneração complementar, exatamente como previsto na minuta de reivindicações do ano passado. Os banqueiros e as direções dos bancos públicos serão pressionados para que efetivem a contratação de todos os bancários em todos os temas, inclusive para o item da remuneração. A meta é o contrato único para todos os trabalhadores do ramo financeiro.
No caso da cláusula sobre remuneração complementar, a Contraf/CUT ficou de organizar um debate para definir uma fórmula a ser negociada com a Fenaban e com as direções dos bancos públicos. Um recado também foi dado: a campanha nacional dos bancários não aceitará nenhum tipo de punição ou perseguição, seja transferências, descomissionamentos ou descontos dos dias parados em virtude de mobilizações ou greves. No que se refere aos pisos salariais, a campanha nacional dos bancários vai reivindicar reajustes da seguinte forma: piso da categoria (valor estipulado pelo Dieese – R$ 1.500), gratificação de caixa (R$ 500), cesta-alimentação (R$ 300), auxílio-creche/babá (R$ 350), 13ª cesta-alimentação e 14º salário. Também foi aprovado o respeito à jornada de seis horas. Ficam mantidos os demais itens da pauta de reivindicações do ano passado.
Na busca por melhores condições de trabalho, a saúde será uma das questões centrais da campanha nacional dos trabalhadores do ramo financeiro. As prioridades são o combate ao assédio moral, a isonomia entre os trabalhadores novos e antigos, a segurança bancária e um programa de prevenção e reabilitação ocupacional. Duas campanhas estão previstas: uma de denúncia contra as metas abusivas e a outra contra o assédio moral, com Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral e Dia Nacional de Luta pela Preservação da Vida. Foi aprovado, ainda, manifesto contra as altas programadas do INSS.
• Apoio à reeleição de Lula
Ao final da 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, o apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro foi aprovado pela ampla maioria dos delegados e delegadas do evento.
Em seguida, foi dado aval a algumas moções de apoio e de repúdio, entre elas destaca-se a que se refere aos recentes ataques de Valmir Camillo, presidente da Anabb, à administração do FGTS pela Caixa.
A 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro foi precedida de encontros setoriais, a exemplo do 1º Seminário Nacional de Comunicação e do 1º Encontro Jurídico, além dos encontros temáticos sobre saúde e ramo financeiro. Nestes eventos, bem como na plenária geral, a pluralidade de pensamentos e o debate democrático estiveram presentes. Isto levou a que o presidente da Contraf/CUT, Vagner Freitas, fizesse o seguinte desafio: “Vamos, unidos, conquistar nossas reivindicações na campanha nacional dos trabalhadores do ramo financeiro”.
• Próxima conferência nacional
A organização da 9ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro será debatida na plenária nacional que a Contraf/CUT realiza em novembro deste ano, na capital.