Bancário não foge à luta. No Brasil inteiro, milhares de trabalhadores de agências e departamentos de bancos públicos e privados estão parados, enfrentando pressão e ameaças, para cobrar proposta decente dos banqueiros.
A greve, que chega nesta quinta-feira ao 10º dia, continua forte e deve crescer ainda mais diante do silêncio dos bancos. Foram 878 locais parados em São Paulo, Osasco e nas cidades da região na quarta-feira 5. No Brasil, 8.556 unidades permaneceram fechadas.
“É uma situação que só está se alongando por causa dos banqueiros”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato. “Nossa paralisação começou após um mês e meio e cinco rodadas de negociação em que os negociadores da federação dos bancos disseram não a todas as reivindicações da categoria e ainda apresentaram índice de aumento real de 0,56%. Para um setor que viu o lucro crescer 20% só nos primeiros seis meses do ano, foi uma provocação que os bancários responderam à altura, com a greve.”
Juvandia lembra que este é um momento muito importante do movimento dos trabalhadores. “Os bancários vão permanecer mobilizados até que os banqueiros se mexam e resolvam repartir o estrondoso lucro construído pelo trabalho dos seus funcionários”, ressalta a presidenta do Sindicato.
O Comando Nacional dos Bancários divulgou nota informando que enviou carta à Fenaban classificando de “irresponsável” a postura dos bancos. No documento, foi cobrado o compromisso público assumido pela Fenaban em pronunciamento divulgado em 29 de setembro, no qual promete “disposição em dar continuidade às negociações com as representações dos bancários”. A nota reforça que, “entretanto, nenhuma negociação foi marcada até agora, contradizendo o discurso dos bancos para os bancários, os clientes e a sociedade brasileira”.
Assembleia organizativa realizada nessa quarta-feira 5 decidiu propor ao Comando Nacional enviar carta à presidenta Dilma Rousseff cobrando que os bancos públicos negociem as questões específicas. A data da próxima assembleia será divulgada pela Folha Bancária.
Comando de greve – Integrado por dirigentes do Sindicato, de bancos públicos e privados, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros e delegados sindicais da Caixa Federal e do Banco do Brasil, o Comando de Greve reúne-se nesta quinta-feira 6, às 16h, no Auditório Azul do Sindicato (Rua São Bento, 413).
Fonte: SEEB-SP