O Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) assinam nesta terça-feira (3), em São Paulo, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), conquistada com a forte greve da Campanha Nacional 2015, que garantiu reajuste de 10% para salários, piso, PLR, verbas, e de 14% nos vales refeição, alimentação e na 13ª cesta. A assinatura será realizada no hotel Macksoud Plaza, ás 16h, em São Paulo.
O evento também contará com as assinaturas dos acordos aditivos específicos com as direções do Banco do Brasil e da Caixa Federal; do PCR, com o Itaú; e da gratificação de R$ 3 mil conquistada pelos bancários no HSBC. A partir da data, os bancos têm até 10 dias para depositar a antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
A forte mobilização da categoria, de 21 dias em greve, conseguiu dobrar os banqueiros que queriam impor perdas aos bancários. A Campanha 2015 também garantiu a assinatura de um termo de entendimento entre os seis maiores bancos e o movimento sindical bancário para tratar das condições de trabalho nos bancos, na gestão das instituições de modo a reduzir as causas de adoecimento. As comissões de empresa acompanharão para garantir a melhoria das condições de trabalho.
Bancos Públicos – No caso do BB foram assegurados avanços no que se refere à isonomia dos egressos de bancos incorporados (como a antiga Nossa Caixa), para atendentes do Serviço de Apoio ao Cliente (SAC) e da Central de Atendimento (CABB), além da manutenção da distribuição semestral da PLR. Os empregados da Caixa Federal conseguiram barrar a implantação da terceira etapa do plano Gestão de Desempenho Pessoal (GDP) e mantiveram a promoção por mérito e a PLR Social.
Itaú – Também será renovado acordo referente à bolsa de estudos e ao Programa Complementar de Remuneração (PCR) do Itaú, que prevê pagamento de R$ 2.285 sem desconto na PLR da categoria.
HSBC – Na ocasião será concretizado acordo sobre a gratificação de R$ 3 mil aos funcionários do HSBC.
Dias parados – A negociação garantiu que não haverá desconto dos dias, com anistia de 63% dos dias parados para quem faz jornada de seis horas e de 72% dos dias para quem faz oito horas. A compensação, seja para quem fez os 14 dias úteis de greve ou menos será de, no máximo, uma hora por dia, entre 4 ou 5 de novembro (quando o acordo será assinado) até 15 de dezembro.
• Campanha salarial dos bancários terá impacto de R$ 11 bilhões na economia
Este ano, o índice conquistado pelos bancários foi de 10% no piso e PLR e 14% nos vales refeição e alimentação. Com esse índice, em 12 anos, a categoria vai acumular 20,84% de ganho real nos salários e 42,3% nos pisos e 26,30% nos vales.
“Os bancários têm motivos para comemorar. Conseguimos avançar numa campanha em que os bancos, desde o início, alegavam não ter condição de dar um reajuste digno para os trabalhadores. Nossa união e mobilização garantiu pelo décimo segundo ano seguido aumento real para os salários”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos bancários.
Impacto na economia – O reajuste de 10% nos salários, 14% nos vales refeição e alimentação e os valores da PLR significam incremento anual de cerca de R$ 11,2 bilhões na economia, de acordo com projeção feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Desse montante, R$ 6,04 bilhões referentes ao pagamento da PLR, sendo que R$ 2,4 bilhões já devem ser distribuídos na antecipação, em até 10 dias depois da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho. As diferenças salariais anuais dos bancários devem injetar R$ 4,240 bilhões na economia brasileira, sem contar os reflexos em FGTS e aposentadorias. As diferenças nos auxílios refeição e alimentação devem ter um impacto anual de R$ 894 milhões na economia.
Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Fonte: Contraf-CUT