A Contraf-CUT, as federações e os sindicatos assinam com a Fenaban nesta terça-feiram 2 de outubro, em São Paulo, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2012/2013. O acordo foi aprovado pelas assembleias realizadas em todo o País no dia 26 de setembro, depois de uma greve nacional de nove dias. O evento ocorre às 17h, no Hotel Maksoud Plaza.
"A assinatura é um ato de celebração depois de mais uma campanha vitoriosa, em que os bancários deram outra prova de sua capacidade de mobilização e de unidade, fundamentais para a conquista de novos avanços para a categoria, como o aumento real pelo nono ano consecutivo, valorização do piso e PLR maior, além de melhorias na saúde, segurança e igualdade de oportunidades", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
"Este ano o acordo se reveste de uma simbologia especial, uma vez que estamos completando 20 anos da assinatura da primeira Convenção Coletiva, conquista história dos bancários que é hoje parâmetro para todos os trabalhadores dos outros setores", acrescenta Carlos Cordeiro.
As renovações dos acordos aditivos que agregam direitos específicos do Banco do Brasil e da Caixa Federal ainda não tem data para assinatura.
Aumento real de 2%
A Convenção Coletiva garante reajuste salarial de 7,5%, correspondendo a aumento real de 2%, com valorização ainda maior nos pisos de ingresso, que serão reajustados em 8,5% (ganho real de 2,95%).
Com isso, o salário dos bancários passa a acumular aumento real de 16,22% desde 2004. No piso, o ganho real foi de 35,57% no mesmo período.
Assim, o salário inicial do escriturário, por exemplo, passa de R$ 1.400 para R$ 1.519. Vale lembrar que o reajuste acaba refletindo também em férias, 13º salário, Fundo de Garantia, entre outras conquistas. Veja abaixo exemplos por faixa salarial:
Reajuste Salarial por faixa salarial (R$) |
|||
Salário |
Reajuste |
Salário com reajuste |
Aumento mensal absoluto |
1.400,00 |
8,5% |
1.519,00 |
119,00 |
1.900,36 |
8,2% |
2.056,89 |
156,53 |
2.170,00 |
8,5% |
2.354,45 |
184,45 |
2.500,00 |
7,5% |
2.687,50 |
187,50 |
3.000,00 |
7,5% |
3.225,00 |
225,00 |
3.500,00 |
7,5% |
3.762,50 |
262,50 |
4.000,00 |
7,5% |
4.300,00 |
300,00 |
4.500,00 |
7,5% |
4.837,50 |
337,50 |
5.000,00 |
7,5% |
5.375,00 |
375,00 |
6.000,00 |
7,5% |
6.450,00 |
450,00 |
7.000,00 |
7,5% |
7.525,00 |
525,00 |
8.000,00 |
7,5% |
8.600,00 |
600,00 |
Parte fixa da PLR tem reajuste de 10%
Pela Convenção, que é retroativa a 1º de setembro e vigorará até 31 de agosto de 2013, a PLR corresponderá a 90% do salário mais o valor fixo de R$ 1.540, com teto de R$ 8.414,34. Dessa forma, o valor fixo foi reajustado em 10% em relação ao ano passado.
A parcela adicional da PLR, que corresponde à distribuição linear de 2% do lucro líquido entre os bancários, também teve o teto reajustado em 10%, passando de até R$ 2.800 para até R$ 3.080. Esse valor é creditado sem desconto dos programas próprios de remuneração dos bancos.
Se o total da distribuição da PLR com a regra básica ficar abaixo de 5% do lucro líquido de cada banco neste ano, o valor que cada bancário terá direito será de 2,2 salários, limitado a R$ 18.511,54 – o que vier primeiro.
A primeira parcela da PLR será creditada dez dias após a assinatura do acordo. Ela corresponde a 54% do salário mais R$ 924, com teto de R$ 5.408,60 ou ao teto de 13% do lucro líquido – o que vier primeiro.
Vales refeição e alimentação maiores
Da mesma forma que os pisos, os vales refeição e alimentação e a 13ª cesta-alimentação tiveram reajuste de 8,5%. O auxílio creche-babá subiu 7,5%. Veja como ficaram os auxílios:
Reajuste maior nos auxílios refeição e alimentação (R$) |
|
|||
Auxílios |
Quanto é |
Quanto |
Reajuste |
Aumento |
|
|
vai ficar |
|
mensal |
|
|
|
|
absoluto |
Refeição |
435,16 |
472,15 |
8,50% |
36,99 |
Cesta Alimentação |
339,08 |
367,9 |
8,50% |
28,82 |
13a Cesta Alimentação |
339,08 |
367,9 |
8,50% |
28,82 |
Fonte: SEEB-SP |
Avanços sociais
No tema saúde dos trabalhadores, a Convenção Coletiva conterá cláusula garantindo os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica sejam mantidos pelos bancos até que seja regularizada a situação junto ao INSS. Há inúmeros casos em que o trabalhador recebe a alta programada do INSS, mas acaba sendo considerado inapto no exame de retorno ao trabalho realizado pelos bancos, ficando sem benefício do INSS e sem salário.
O acordo com a Fenaban também inclui a implementação de um projeto-piloto para experimentar medidas defendidas pelos bancários e vigilantes para a melhoria da segurança nos bancos, como portas de segurança, biombos entre a fila e os caixas, e divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, dentre outras demandas.
Os bancos aceitaram ainda a proposta de realizar um novo censo na categoria para verificar questões como gênero e raça, na perspectiva da igualdade de oportunidades, nos moldes do Mapa da Diversidade, feito em 2008.
Fonte: Contraf-CUT