9831__MAU5372_grande.jpg
O total representa um acréscimo de 2.512 unidades, cerca de 30% a mais que o número de agências paralisadas no primeiro dia da paralisação nacional da categoria

O segundo dia da greve nacional dos bancários, nesta quarta-feira (7), foi marcado pelo crescimento da mobilização em todo o Brasil. Nos 26 estados e no Distrito federal, 8.763 agências e centros administrativos permaneceram fechados durante todo o dia. Um aumento de 2.512 unidades, cerca de 30% maior que a paralisação do primeiro dia de greve.

Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, a greve dos bancários se consolidou e aumentou hoje, o que mostra que a insatisfação dos trabalhadores também se ampliou. "Os bancários ficaram ainda mais indignados com a divulgação, pela imprensa, da correção de salários e com o tamanho da remuneração dos altos executivos dos bancos", afirma.

"Acreditamos que, com esse crescimento, os banqueiros fiquem convencidos que sua tentativa de redução de salários não vai funcionar. E que nos chamem para negociar com uma proposta que tenha mais responsabilidade social e coerência", completa o presidente da Contraf-CUT.

Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), que assessora o Comando Nacional dos Bancários e a Contraf-CUT, destaca que a categoria não vai aceitar retrocessos. "Nós queremos manter o modelo de negociação dos últimos 11 anos, que deu certo, com reposição da inflação mais ganho real. A proposta feita pela Fenaban até agora é de perda real e abono, algo que derrotamos nos anos 90", explica.

Greve forte conquista

Nos últimos anos, os bancários vêm conquistando aumentos reais de salário e foi a força da greve que levou os banqueiros a retomar as negociações e a apresentar uma nova proposta. Na Campanha Nacional 2015, a greve vem crescendo e o período de sua duração será definido pela força da mobilização dos bancários. Somente uma greve forte garantirá uma proposta decente, que respeite a imensa participação dos bancários, com seu trabalho, nos lucros astronômicos que os bancos vêm apresentando.

Confira as reivindicações dos bancários:

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Agência Fenae com Contraf-CUT
Compartilhe: