Em seu balanço semestral publicado na quarta-feira (16) e apresentado nesta quinta-feira (17), a Caixa divulgou um lucro líquido consolidado de R$ 4,516 bi no semestre, o que representa um crescimento de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o resultado operacional consolidado da Caixa passou de R$ 3,28 bi (1S2022) para R$ 4,11 bi (1S2023), crescimento de 25,27%. De acordo com o balanço, os resultados não sofreram impacto de eventos não recorrentes/extraordinários, algo que havia se tornado frequente durante a gestão anterior.
Este crescimento no resultado reflete o aumento da participação de mercado do banco público no período, observada em todos os principais segmentos de atuação da empresa, com exceção dos fundos.
Um fato que impactou negativamente os resultados da instituição foi a subida da inadimplência, cujo índice total saiu de 1,89% (1S2022) para 2,79% (1S2023). Todas as carteiras (PF, PJ, Habitação, Agro e Infra) apresentaram aumento no índice em comparação com o semestre anterior. Com a elevação da inadimplência, a despesa para constituir a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) também aumentou, passando de R$ 7,8 bi (1S2022) para R$ 9,7 bi (1S2023), incremento de quase R$ 2 bi, ou 24,9%. Nas relatórios que compõem as demonstrações financeiras do banco, a Caixa alega ter havido “evento com cliente específico na carteira de saneamento e infraestrutura”.
Este evento não está relacionado ao financiamento do estádio do Corinthians; seria um contrato inadimplente há mais de 90 dias, cujo valor seria superior à R$ 3,6 bi. Porém, mesmo excluindo os efeitos deste evento, o índice de inadimplência seria de 2,46% (ainda maior que a comparação com igual período do ano anterior).