Em 27 de fevereiro, 41 avaliadores de penhor de todo o Estado reuniram-se, na capital, para discutir os problemas do setor.
No encontro, promovido pela APCEF/SP, pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) – com a participação da Anacef -, foram organizadas quatro mesas temáticas: valorização do penhor, segurança e insalubridade, desvio de função e cursos de reciclagem e jornada de trabalho. 

• Valorização do penhor
Um dos itens de reivindicação dos empregados é a garantia de, pelo menos, dois avaliadores de penhor nas unidades que mantêm o setor. Em muitos locais de trabalho, há apenas um trabalhador designado para a função, o que ocasiona sobrecarga de serviço e demora no atendimento aos clientes.
“Os locais que possuem apenas um avaliador de penhor costumam ficar fechados durante o horário de almoço do empregado ou mesmo quando ele tem de sair para uma consulta médica, por exemplo” – comentou o diretora da APCEF/SP, Silvana Azevedo, presente ao encontro.
Por causa do déficit de empregados nas unidades, a Caixa não tem liberado os trabalhadores que estão aptos a assumir a função de avaliador de penhor e que fazem parte do banco de habilitados da empresa.
“Geralmente, a liberação depende de permuta e nenhuma unidade está em condições de abrir mão de funcionário algum, já que a demanda de trabalho é muito grande”, disse Silvana.
No encontro, os empregados manifestaram insatisfação, também, com os critérios de pontuação que são adotados nos Processos Seletivos Internos (PSI).
“Para a vaga de especialista, por exemplo, a Caixa exige, como pré-requisito, curso de pós-graduação em qualquer área. Para avaliador sênior, a empresa não apresenta critérios claros de ascensão e por aí vai”, comentou a diretora da APCEF/SP.

• Segurança e insalubridade
O trabalho dos avaliadores de penhor demanda a manipulação de ácidos, o que ocasiona, invariavelmente, a aspiração de gases tóxicos.
Os empregados reivindicam, além da adequação dos exaustores, uma aposentadoria especial, sem prejuízo ao adicional de insalubridade que recebem.
Querem, ainda, a adequação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Os empregados contam que as luvas para manipulação dos ácidos, por exemplo, são de um único tamanho, podendo ficar pequenas ou grandes demais, dificultando o trabalho.

• Desvio de função e cursos de reciclagem
Na reunião, empregados relataram que, em 2005, houve um único curso piloto de reciclagem destinado aos avaliadores.
“O que ocorreu naquele ano foi um curso complementar, com duração de uma semana, para os avaliadores juniores que tinham se formado recentemente”, comentou um avaliador de penhor.
Em relação ao desvio de função, foram relatados casos em que os avaliadores de penhor são designados a exercer funções de caixa, prejudicando o atendimento aos clientes do setor.
De acordo com a direção da Caixa, o problema de desvio de função será discutido no âmbito do Plano de Funções Gratificadas (PFG).

• Jornada de trabalho
Os empregados reivindicam a jornada de trabalho de seis horas para todos os avaliadores de penhor, sem redução de salários (leia mais).

• Outros encontros
Ficou acertada a realização de reuniões temáticas em datas a serem agendadas.
“A conquista de direitos depende da união dos empregados em torno de objetivos comuns e os avaliadores de penhor têm demonstrado determinação na busca por melhores condições de trabalho, participando dos debates relativos à sua área”, comentou Silvana. “Como único banco a prestar o serviço de penhor, a Caixa deveria valorizar mais os seus empregados”, finalizou.

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