“Não concordamos com o enfraquecimento da Caixa Econômica Federal”. Esse foi o principal recado dado por empregados e entidades representativas durante o ato que foi realizado nesta terça-feira, em frente ao prédio da Matriz I, em Brasília (DF). Na avaliação de todos, os 155 anos do banco merecem ser celebrados, mas o mais importante é reforçar a luta por uma Caixa 100% pública, forte, social e que valorize efetivamente os seus trabalhadores.
O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, destacou que o PLS 555/2015, que cria o Estatuto das Estatais, é uma das principais ameaças à instituição. “A quem interessa o projeto, que abre as portas para a privatização da Caixa? Certamente, não aos brasileiros. É um dever de todos, empregados e aposentados, lutarmos pelo fortalecimento da empresa. O combate à proposta será uma das prioridades de 2016”, disse.
Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, lembrou que o PLS 555 só não foi votado no ano passado graças à mobilização da categoria. “Temos que intensificar essa pressão sobre o governo e o Congresso Nacional”, atestou. Ele acrescentou: “A Caixa também precisa retomar as contratações para se fortalecer. As condições nas agências estão difíceis, enquanto cerca de 30 mil aprovados em concurso aguardam convocação”.
“Quem constrói essa instituição, todos os dias, são os milhares de trabalhadores. Por isso, eles merecem ser valorizados. Estamos aqui para dizer à direção do banco que queremos mais empregados já, transparência na gestão e respeito às negociações e ao acordo coletivo”, declarou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus. Genésio Cardoso, membro da CEE/Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba, completou: “O banco descumpriu o compromisso de reforçar o quadro de pessoal”.
Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, recordou que a Caixa está presente na vida e no cotidiano de milhões de pessoas, sobretudo daquelas mais carentes. Ele também enalteceu a dedicação dos trabalhadores. “Temos um grande orgulho desses guerreiros, que não medem esforços e empenho para honrar o nome desse banco. Estamos atentos aos ataques contra o seu patrimônio e não vamos permitir a abertura de capital, que seria um retrocesso para o Brasil”, afirmou.
Os representantes dos empregados no Conselho de Administração da Caixa também participaram do ato em Brasília. Fernando Neiva frisou: “temos que continuar organizados, mobilizados e engajando a categoria, para que o papel social do banco seja mantido”. Maria Rita Serrano avaliou: “sempre mostramos nossa força contra qualquer ameaça à Caixa 100% pública. Foi assim na década de 90 e será agora na luta contra o PLS 555/2015. Só assim a instituição terá condições de continuar crescendo e serviço aos brasileiros”.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que é empregada do banco, ressaltou a importância da Caixa Econômica Federal para o país. “Foi com a ajuda da Caixa que conseguimos varrer a fome do Brasil. Ela e outros bancos também são fundamentais em momentos de superação das crises financeiras. É preciso fortalece-la, o que só será possível com a contratação de mais empregados e o combate ao PLS 555 e ao projeto das terceirizações”, finalizou.