A mudança do horário de trabalho nas áreas-meio tem sido motivo de muitas reclamações por parte dos empregados. Isso porque a direção da Caixa determinou, recentemente, que a jornada dos trabalhadores desses setores deve ser cumprida, preferencialmente, das 12 às 18 horas. Em alguns locais, o novo horário passa a vigorar em 18 de maio.
Para muitos empregados, a mudança não será apenas de horário de trabalho. “Quando trabalhamos, estabelecemos uma rotina de vida fora da empresa, que contempla nossas necessidades pessoais e fa-miliares – como estudos e filhos, por exemplo. Uma alteração como essa afeta o nosso dia-a-dia e, certamente, gera insatisfação” – comentou um empregado.
No interior, existem casos de empregados que trabalham em cidades vizinhas ou até mais distantes às de sua residência e terão de adequar toda uma rotina de vida por conta da mudança do horário de trabalho. Horário de faculdade, de pegar o filho na escola, de compromissos assumidos… tudo isso está tendo de ser reestruturado pelos empregados que tiveram seus horários alterados.
Para o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto, os problemas atingem, ainda, o bom funcionamento das agências, já que o horário de maior pico de atendimento aos clientes nas unidades é das 10 às 12 horas. “A atribuição principal das áreas-meio é dar suporte às unidades do banco. E o que fazer nesse período em que não haverá praticamente empregados nos setores da Caixa? Os clientes terão de esperar ou voltar depois do meio-dia?” – questionou Sérgio Takemoto.
De acordo com o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Jair Pedro Ferreira, o assunto foi discutido em mesa de negociação com a Caixa, em março. “Na ocasião, questionada sobre o horário de funcionamento das áreas-meio, a representação da empresa afirmou que a mudança não era uma imposição e que os gestores teriam autonomia para ajustar a jornada em suas áreas de acordo com a demanda dos empregados” – comentou Jair.
“O problema é que a tal ‘flexibilidade’ não tem sido levada em conta nas áreas-meio visitadas pela APCEF/SP. Empregados dizem que estão sendo obrigados a cumprir a nova determinação sem que sejam consideradas suas rotinas de vida” – disse Sérgio Takemoto. “Encaminharemos as denúncias à Comissão Executiva dos Empregados para que o assunto seja retomado em mesa de negociação com o banco e as providências sejam tomadas no sentido de proporcionar condições dignas de trabalho para os funcionários” – finalizou.

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