A diretoria da APCEF/SP encaminhou hoje, dia 5, uma carta para a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, criticando a postura intransigente da empresa em mesa de negociação e solicitando a retomada dos debates da pauta específica.
Leia, abaixo, íntegra do documento:

“Cara presidenta,

Não é com prazer que escrevemos esta carta agora, no calor da Campanha Salarial, imersos na luta por aquilo que acreditamos que é nosso por direito. Nós, trabalhadores da Caixa Econômica Federal, fazemos essa empresa crescer, vemos, a cada dia, o progresso da empresa que construímos e que pretendia ser uma das melhores para se trabalhar.
Infelizmente não é isso que a realidade aponta. O que vemos é o ressurgimento de práticas que imaginávamos abandonadas. Práticas que vimos em um passado não tão distante de governos anteriores, quando a Caixa se recusava a negociar com seus trabalhadores e, mais de uma vez, acionou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para resolver, na justiça, aquilo que deveria ser resolvido na esfera da negociação livre entre trabalhadores e empresa. Essas práticas – antigas, espúrias e ditatoriais – não convêm a uma gestão que, ao assumir, pretendia melhorar a gestão de pessoas.
Não conseguimos entender que humanização é essa que, em plena época de Campanha Salarial, faz a empresa se recusar a negociar com os trabalhadores, ameaçando ajuizar o dissídio se por acaso os empregados não aceitarem a proposta rebaixada apresentada, que não contempla item algum da pauta específica.
Pedimos a reabertura das negociações porque não somos intransigentes, mas, persistentes e capazes de levar a nossa luta até quando for necessária.
A diretoria da Caixa, sim, tem sido intransigente, pois a negociação não começou agora em outubro, mas se arrasta desde agosto e, durante todo esse tempo, a Caixa não teve a mínima preocupação de criar e apresentar para nós, trabalhadores, sequer uma proposta que pudesse ser discutida, aumentando ainda mais a tensão e o estresse de empregados que no dia-a-dia são pressionados pela falta de condições adequadas de trabalho, pelo excesso de trabalho e pelas cobranças abusivas.
Cara presidenta, o que pedimos não é muito, é somente o mínimo do que esperamos de uma gestão que se diz humana e de um governo que se diz democrático. O que esperamos é que sejam reabertas as negociações e que a Caixa apresente uma proposta séria, a qual possa ser discutida com os trabalhadores.
Esperamos que o bom senso prevaleça e que a direção da Caixa mantenha o TST longe das negociações.

Atenciosamente,
Diretoria Executiva da APCEF/SP
Gestão Nossa Luta”

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