Recentemente, a Caixa contratou a folha de pagamento da prefeitura de Bauru. São cerca de 9 mil novas contas a serem cadastradas e regularizadas pelos empregados das unidades da cidade. Somente na agência Bauru, são 6 mil novos clientes que começam a receber seus salários pelo banco já em 29 de junho.
Em uma tentativa de suprir a demanda de trabalho gerada por essa contratação, a Caixa instalou uma "força-tarefa" no prédio do Teatro Municipal de Bauru. Além de comportar os empregados deslocados das agências da cidade, o local recebeu mais 20 trabalhadores da região, aproximadamente, para ajudar nos trâmites de abertura de novas contas.
De acordo com informações recebidas, esses empregados deslocados de cidades vizinhas sequer tinham acesso ao Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) em 22 de junho, dia no qual chegaram para realizar o trabalho.
Denúncias recebidas pela APCEF/SP dão conta de que muitos empregados não estariam marcando o excedente às horas extras permitidas pelo manual normativo da Caixa, mesmo nos dias em que o funcionário trabalha depois das 20 horas – tanto nas agências quanto no prédio do Teatro Municipal. Isso sem contar aqueles que nem hora extra estariam marcando.
“O estresse e o cansaço decorrentes da grande demanda de trabalho nos acompanham dia a dia” – desabafou um empregado.
• SR Bauru
A APCEF/SP entrou em contato com o superintendente da SR Bauru, José Paulo Gomes de Amorim, para pedir explicações sobre as denúncias. “Nossa orientação sempre foi no sentido de os empregados marcarem corretamente a jornada. Em momento algum demos instruções para que a extrapolação da jornada fosse camuflada ou burlada” – afirmou o gestor da Caixa.
Para o superintendente, o momento inicial de contratação das 9 mil contas demanda, sim, um esforço maior e mais concentrado dos empregados. “É um momento de impacto, mas que brevemente estará normalizado” – disse.
De acordo com José Paulo, já foi solicitada, junto à Caixa, a abertura de uma nova agência em Bauru e a contratação de mais empregados para a região. Porém, não há previsão para que as solicitações sejam atendidas.
“No início, principalmente, será necessário um esforço maior dos empregados para atender à demanda de novos clientes, acostumados a trabalhar com outras instituições financeiras. Aos poucos, conhecerão a rede de atendimento da Caixa – que abrange autoatendimento, lotéricas, correspondentes bancários, internet – e passarão a utilizá-los, amenizando a carga de trabalho nas unidades. É uma questão de adaptação” – afirmou o superintendente.
• Mais empregados
Desde o início de junho, a APCEF/SP, em conjunto com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, tem divulgado duas campanhas por melhores condições de trabalho, que tratam da contratação de mais empregados para a Caixa e da marcação correta da jornada de trabalho.
As ações consistem em: distribuição de carta aberta aos clientes e usuários, realização de reuniões com empregados nas unidades e colocação de cartaz com orientações sobre o Sipon nas agências.
“Entendemos que a demanda da abertura de contas seja temporária, mas se as unidades possuíssem um número suficiente de empregados, certamente os trabalhadores de Bauru não estariam tão sobrecarregados como agora” – afirmou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto. “Acompanharemos os desdobramentos para que condições dignas de trabalho sejam garantidas” – completou.
Até 30 de junho, terça-feira, você pode subscrever um abaixo-assinado – clique aqui – que pede a contratação de mais empregados para a Caixa. “Engaje-se na luta por melhores condições de trabalho!” – finalizou Sérgio Takemoto.