Mais uma vez, os empregados da agência Jardim Ângela, localizada na zona Sul da capital, sofrem as consequências da sobrecarga de trabalho e do número insuficiente de empregados.

Obrigados a extrapolar a jornada de trabalho com frequência devido à grande demanda de atividades, os empregados tornaram-se alvos fáceis para bandidos. Na última quarta-feira, 5 de junho, eles foram vítimas de um assalto – mais um entre os diversos sinistros ocorridos nos últimos 12 meses. Desta vez, o crime ocorreu por volta das 19 horas – horário em que, normativamente, eles não deveriam estar mais na agência. Na ação, uma empregada foi baleada e recupera-se dos ferimentos.

Alerta – não é de hoje que a APCEF denuncia e aponta os problemas enfrentados pelos empregados desta agência. Desde maio do ano passado, já denunciávamos a precariedade das condições de trabalho e de atendimento. Nada, porém, foi feito pelos responsáveis. Em julho, dois empregados foram agredidos devido ao grande tempo de espera. Assim, a APCEF e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizaram, em agosto, uma manifestação com retardamento da abertura da agência, distribuição de carta aberta à população sobre a necessidade de contratação de mais trabalhadores e a coleta de assinaturas em abaixo-assinado.

Posteriormente, foi realizada uma reunião com a superintendente da SR Santo Amaro, que indicou algumas mudanças a serem realizadas no layout da unidade, além da abertura de uma nova agência na região.

A nova agência inaugurada foi a M. Boi Mirim, seguindo o mesmo modelo adotado pela direção da Caixa: número de empregados muito reduzido para atender a necessidade e as demandas dos serviços prestados pelo banco.

Sobre o novo layout, apenas na sexta-feira, 7 de junho, após o incidente do assalto, representantes da Gilog estiveram na agência e prometeram que, a partir de julho, darão início às obras de melhorias na agência. “Precisou acontecer algo gravíssimo para que a direção da Caixa desse o primeiro passo. Vamos acompanhar e cobrar que as providências necessárias sejam tomadas”, disse Leonardo Quadros, diretor da ACPEF.

Mais empregados, mais segurança – para os empregados, essas obras podem melhorar o fluxo dos atendimentos, garantindo um pouco mais de segurança no dia a dia. “Porém, nada disso adiantará se o principal problema, que é a falta de empregados, não for resolvido”, enfatizou o dirigente.

O cumprimento da jornada de trabalho é um dos aspectos que contribuem para preservar a integridade física e psicológica dos empregados em unidades em regiões populosas, como é o caso da agência Jardim Ângela. “Todos os problemas são sintomas de um grande mal que atinge as unidades, que é a falta de empregados. No caso desta agência, o resultado foi um episódio trágico e lamentável”, disse o diretor da APCEF.

Reunião – a APCEF já solicitou mais uma reunião com a superintendente da SR Santo Amaro para debater o assunto. A reunião deverá acontecer na quinta-feira, 13 de junho. 

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