Uma das linhas de ação para cobrar da Caixa a contratação de mais empregados para a empresa foi aprovada durante a reunião dos membros do Conselho Deliberativo Nacional da Fenae (CDN), realizado nos últimos dias 1 e 2 de abril, em Brasília.
O primeiro passo será a retomada da campanha Mais empregados para a Caixa – Mais Caixa para o Brasil, lançada em 2007 pela Fenae, pelas APCEFs e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).
A campanha tem por objetivo não só amenizar a sobrecarga de trabalho, mas também fazer com que a Caixa esteja preparada para enfrentar os desafios do governo relacionados à implantação de políticas públicas.
"Não podemos ficar de braços cruzados e assistir à direção da Caixa dizer ‘não’ à possibilidade de crescimento da empresa e de geração de empregos, como fez no último mês de fevereiro, ao afirmar para o presidente Lula que não seria possível atingir totalmente a meta de financiamento do plano de habitação do governo, de 1 milhão de casas" – comentou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto. "Apesar da falta do chamado know-how, o que, diga-se de passagem, é todo da Caixa, a direção do Banco do Brasil aceitou o desafio do governo e afirmou encarar a nova demanda como uma oportunidade de expansão em plena crise econômica mundial" – completou.
Faltam empregados
Quando o assunto é a falta de empregados na empresa, a direção da Caixa sempre tem uma "desculpa". A mais comum é afirmar que, em cumprimento ao acordado durante a Campanha Salarial de 2007 e com a autorização do governo, o banco contratou mais de 3 mil trabalhadores.
"O que a direção da Caixa não contabiliza, em seu discurso, é que, no mesmo período da contratação desses 3 mil empregados, mais de 2 mil trabalhadores se desligaram do banco por meio do plano de apoio à aposentadoria lançado pela empresa. Isso sem contar a substituição dos terceirizados por concursados na absurda proporção de três para um" – lembrou Sérgio Takemoto.
Plano habitacional
Com o plano do governo de construção de novas casas para a população de baixa renda, a demanda na Caixa – mesmo não tendo assumido o compromisso total de atingir a meta de 1 milhão de habitações – aumentará consideravelmente.
Para o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Jair Pedro Ferreira – que esteve presente à reunião do Conselho Deliberativo Nacional -, se o número de empregados não for am-pliado, essa demanda terá como consequência o aumento também dos problemas de saúde em virtude da sobrecarga de trabalho nas unidades.
"É primordial que a direção da Caixa adote medidas estruturais que evitem o aumento das atividades, com valorização dos empregados e melhoria das condições de trabalho e de saúde" – lembrou Jair. "O aumento do quadro de pessoal da em-presa para o patamar mínimo de 100 mil bancários é o foco da nossa luta" – completou.