O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, representa a luta por igualdade de direitos, o combate à discriminação e a construção de uma sociedade mais justa, onde todas as mulheres sejam respeitadas em suas diversas formas de existência. Desde a sua criação, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) tem abraçado essa causa, promovendo a inclusão e a defesa dos direitos das mulheres. Uma das iniciativas mais recentes é a campanha Fenae com Elas, que desenvolve ações voltadas para a garantia de direitos de milhares de mulheres em todo o Brasil.
O ponto alto da campanha foi a adesão da Fenae à Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero, em novembro do ano passado, quando assinou a carta-compromisso com o programa do Ministério das Mulheres. Ao lado da ministra Cida Gonçalves, o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, reafirmou o compromisso da entidade em continuar a luta pelos direitos das mulheres e em implementar ações com foco no combate a todas as formas de violência de gênero. A mobilização inclui diversas medidas junto aos empregados da Caixa associados às Apcefs e o desenvolvimento de projetos sociais voltados para a prevenção e redução do feminicídio.
“Nossa expectativa é que essas ações contribuam para uma mudança significativa na postura da sociedade, permitindo que mulheres e meninas reconheçam seu potencial e tenham autonomia financeira”, enfatizou Takemoto. “Para nós, assumir esse compromisso com o apoio da campanha Feminicídio Zero é fundamental para avançarmos. Nenhuma forma de violência contra as mulheres pode ser tolerada”, completou.
Os projetos selecionados no edital 004 da Fenae e das Apcefs serão desenvolvidos em parceria com a ONG Moradia e Cidadania em diversas unidades da federação. Pela primeira vez, todos os projetos terão um eixo transversal voltado à equidade de gênero. Além disso, nove iniciativas serão desenvolvidas exclusivamente para o empoderamento de mulheres e meninas nos estados do Amazonas, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rondônia, São Paulo e Sergipe. A expectativa é que, em dois anos, as ações beneficiem diretamente cerca de 1.030 mulheres e meninas e, indiretamente, outras 4.010.
Para a diretora de Impacto Social, Giselle Menezes, as iniciativas voltadas à proteção da vida das mulheres precisam ser contínuas. “Toda a sociedade deve entender que essas ações devem ocorrer ao longo de todo o ano, e não apenas em março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. A Fenae, mais uma vez, se destaca ao reforçar esse compromisso e desenvolver ações que promovam o empoderamento de mulheres e meninas e a prevenção de todas as formas de violência de gênero nas 27 unidades da Federação”, ressaltou.
A pandemia da violência contra as mulheres
O debate sobre a violência contra as mulheres e o feminicídio também esteve no centro dos debates da quinta edição do #ProntoFalei, evento organizado pela Fenae, em parceria com a Apcef/RJ, no início de fevereiro.
Como convidada de honra do #ProntoFalei, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, trouxe aos participantes dados alarmantes que evidenciam a gravidade do problema na sociedade brasileira. Ela destacou a importância estratégica da Fenae em abraçar a causa do Feminicídio Zero, especialmente por sua presença nas 27 unidades da federação por meio das Apcefs, o que possibilita um combate mais amplo e eficaz contra todo tipo de violência do gênero.
Segundo a ministra, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking dos países que mais matam mulheres no mundo. Isso significa que seis mulheres são assassinadas violentamente todos os dias no país. O dado mais assustador, porém, é que a maioria desses crimes é cometida pelos próprios maridos ou companheiros das vítimas.
Outro ponto relevante trazido pelo Ministério das Mulheres é que a maioria das denúncias registradas no Disque 180, canal do governo federal, aponta a violência psicológica como a principal forma de agressão contra as mulheres. Nesse contexto, o feminicídio é o ápice e o desfecho de um longo ciclo de violência.
“A violência física, a violência sexual, a tentativa de assassinato, nunca vem em sigilo. Elas sempre são precedidas pela violência psicológica, moral e patrimonial. Esses elementos são fundamentais para entendermos a questão da violência contra as mulheres. O feminicídio pode ser evitado. Ele dá sinais, tem padrões, tem contexto e pode ser denunciado. Se enxergarmos essas acusações, podemos agir para evitar feminicídios neste país”, reforçou Cida Gonçalves.
Para ela, não é possível um país democrático com violência contra as mulheres. “Queremos é um Brasil mobilizado e que se posicione frente à violência contra as mulheres. Por isso a Fenae é tão importantes para nós nessa campanha. Estão em 27 estados, e pode nos ajudar todos os dias a enfrentar a violência contra as mulheres e fazer com que o Brasil de fato seja o país no mundo livre do feminicídio”, destacou ministra.
A diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber, reafirma o compromisso da entidade em seguir promovendo ações de conscientização e empoderamento feminino para combater todas as formas de violência de gênero. “A ministra apresentou números alarmantes sobre a crueldade dos homens ao cometerem feminicídios. Toda a sociedade precisa entender que proteger a vida das mulheres é um dever coletivo, que vai além de simplesmente ligar para polícia após o crime. A Fenae tem um compromisso moral com a implementação de medidas que combatam o ódio contra as mulheres e os impactos devastadores que ele gera na sociedade brasileira”, enfatiza a diretora.
Instituto Fenae Transforma
A campanha Fenae com Elas também abordará a questão do empoderamento das mulheres e meninas por meio de cursos na plataforma do Instituto Fenae Transforma, permitindo que todos os beneficiários dos 27 projetos tenham acesso aos cursos a partir do dia 10 de março.