Primeira paralisação, meras 24 horas que representaram aos trabalhadores da Caixa a grande greve.
Quarenta mil empregados, pouco mais, pouco menos. Em 1985 fechar uma agência bancária significava paralisar o banco. Para o 30 de outubro foram necessários meses e meses e desprezar as desconfianças. Por isso, todos envolvidos na busca ao último que resistia em sair.
Líderes e liderados de então viviam o fim da ditadura militar. Foram presença constante em comícios pelas Diretas Já. Muitos nasceram da luta estudantil. Outros, ainda no início dos anos 1.980, cultivavam o hábito de correr às bancas em busca de jornais alternativos – esse era o meio de comunicação – antes que a Polícia Federal recolhesse o material proibido. Sabia-se da realidade do país, mas era necessário vê-la estampada, em certo sentido uma forma de luta.
Todos, em alguma medida, inspiravam-se na Linha de Montagem, versos de Chico Buarque de Holanda lembrando que “quem toca o trem pra frente também, de repente, pode o trem parar”.
Falar que a greve foi pelo direito à sindicalização, pelo direito ao reconhecimento da condição de bancários e à jornada de seis horas é mencionar apenas a aparência. Observá-la com os olhos de hoje nos representa românticos. Em verdade, além da aparência, a greve daquele outubro revelou a disposição em busca de outros outubros. Talvez nesse sentido possamos falar em movimento vitorioso.
Vídeo: 30 anos da primeira greve dos empregados da Caixa, de 1985
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