Duas gerações somam-se na Caixa e caracterizam os milhares que são responsáveis pelo sucesso desta empresa.
Parte desses milhares está entre aqueles admitidos até 1990. Outro tanto forma o grupo daqueles admitidos desde o fim dos anos 1990.
Mencionamos essas gerações – embora, como afirmado, tenham elas se somado – para lembrarmos dois momentos de nossa luta, um vivido há poucos anos e outro que se desenvolve agora.
Em seu livro Globalização – Como Dar Certo, afirma o prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, ex-conselheiro econômico do ex-presidente estadunidense Bill Clinton, que “a opinião convencional de que o desenvolvimento dos Estados Unidos foi resultado de um capitalismo sem freios está errada. Ainda hoje, o governo americano, por exemplo, desempenha um papel central nas finanças”. Acrescenta o economista que o governo “oferece fração significativa do crédito (…), regulamenta a atividade dos bancos (…) e tenta garantir o fluxo de crédito para grupos com menos acesso”.
Não bastasse a citação, vale a leitura recente dos jornais com seus infindáveis artigos de pensadores neoliberais, que dizem ter horror a qualquer coisa que cheire a governo, de quão positiva tem sido a intervenção do FED (Banco Central dos EUA) no socorro a instituições privadas, que, fosse diferente a postura, quebrariam em razão da crise do mercado imobiliário. Se o dinheiro fosse para benefícios sociais…
A citação quanto ao papel do Estado é para o registro de que, do início dos anos 90 até 2002, época viva na memória daquela geração, a Caixa vinha sendo preparada para a privatização pelos neoliberais que advogavam sua ineficiência, na opinião deles, fato inerente à natureza estatal. Não por outra razão, reajustes salariais, busca por novo plano de previdência, fortalecimento da empresa transformaram-se em guerra dos empregados da Caixa contra as diretorias e o governo de então.
Momento vencido, há o novo momento: reajuste em razão de perdas passadas, tratamento equânime para pagamento da Participação nos Lucros e Resultados, melhores condições de trabalho são algumas das reivindicações, que estão sendo buscadas sem o peso da luta contra o fim da empresa, risco afastado graças à resistência de milhares. E, somadas a elas, há que se destacar uma das mais preocupantes: alcançar a isonomia entre técnicos bancários e escriturários ou, em outras palavras, entre as gerações.
É um desrespeito à geração pós-1990 e uma ameaça à geração anterior a discriminação existente. Por isso, é luta de todos.
Completando agora seu 101º aniversário, portanto, no início de seu novo século, a APCEF/SP conhece, enxerga esses momen-tos e sabe que as gerações da Caixa, presentes em nossa luta, poderão mantê-la na liderança desse processo.
Diretoria Executiva da APCEF/SP
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